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Americana Solazyme vai investir US$ 135 milhões em fábrica em SP

A companhia americana Solazyme, empresa que produz óleos renováveis a partir da fermentação de açúcares com microalgas, vai investir cerca de US$ 135 milhões para a construção de uma fábrica na cidade de Orindiúva (SP), na região de São José do Rio Preto


Publicado em: 20/12/2012 às 13:10hs

Americana Solazyme vai investir US$ 135 milhões em fábrica em SP

A unidade será erguida no mesmo complexo onde está instalada uma das usinas de açúcar do grupo Moema, que pertence à Bunge. Em abril, os dois grupos firmaram uma joint venture para produzir de óleos renováveis no país.

Essa fábrica terá capacidade para 100 mil toneladas anuais de óleos à base de cana-de-açúcar e a previsão é que entre em operação no último trimestre de 2013. Com essa unidade, a companhia americana colocará em prática no país seu projeto de produção de óleos renováveis voltados para indústria de alimento, higiene e limpeza.

Ontem, a companhia concluiu com sucesso, nos Estados Unidos, o processo de fermentação desses óleos em escala comercial em uma unidade da gigante do etanol ADM, na cidade de Clinton, no Iowa, disse ao Valor Rogério Manso, chefe global de comercialização de óleos da Solazyme. Essa operação comprovou a eficácia de processar o óleo vegetal em uma escala maior, sem o risco de contaminação. A meta inicial é ter nos EUA uma produção anual de 20 mil toneladas nas instalações dessa fábrica na ADM e expandir para 100 mil toneladas/ano a partir de 2014. O projeto já passou da fase de unidade de demonstração na Pensilvânia.

Nos EUA, o óleo vegetal da Solazyme é produzido à base de xarope de milho, sempre com a utilização de microalga como catalisadora. Esse insumo tem sido absorvido no mercado americano pela indústria de cosméticos - a empresa é detentora de uma linha de produtos de beleza, a Algenist, que é comercializada na rede francesa de perfumaria e cosméticos Sephora. Na França, a Solazyme mantém desde 2010 joint venture com a companhia Roquette Frères focada na produção e no desenvolvimento de ingredientes alimentícios, como farinhas para bolo e biscoito e formulação para sorvetes.

Ao longo dos últimos meses, a Solazyme tem fechado acordos com multinacionais, como a Unilever e Dow Chemical, para utilizar seus óleos renováveis como matéria-prima para as indústrias de alimentos, higiene e limpeza, e no setor químico, sobretudo para a produção de detergentes e fluidos para transformadores.

Com sede na Califórnia, os produtos da companhia são apresentados como alternativa aos óleos derivados do petróleo, plantas e gorduras animais. Esse projeto começou a ser desenvolvido há oito anos e já consumiu cerca de US$ 200 milhões, sobretudo no desenvolvimento dessa tecnologia, afirmou Manso. O executivo, que é responsável global pela comercialização desse óleo, foi um dos fundadores da Brenco, grupo produtor de etanol que foi incorporado pela ETH Bionergia, controlada pelo conglomerado Odebrecht.

De acordo com Manso, os recursos que serão aportados na unidade brasileira estão em fase de captação.

Fonte: Idea Online

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