Publicado em: 15/07/2024 às 09:00hs
Entre os anos de 2011 e 2013, o Nordeste brasileiro enfrentou uma severa seca que afetou profundamente a economia e a vida de milhares de pessoas em centenas de municípios do Piauí. A escassez de água potável foi tão grave que levou o governo a decretar estado de emergência em 204 cidades, impactando mais de dois milhões de habitantes. As consequências foram devastadoras: gado, criações e lavouras foram dizimadas, e reservatórios, como a Barragem de Bocaina, quase secaram, mesmo com sua capacidade de 54 milhões de metros cúbicos.
Diversos estudos, incluindo os de Mead, Clayton, Schell e Haurwitz, demonstraram a existência de uma relação direta entre o ciclo solar de 11 anos e os padrões hidrológicos na Terra, resultando em enchentes e secas periódicas de 11 a 12 anos, influenciadas também por fatores locais.
O aspecto mais surpreendente, contudo, não são os fenômenos naturais previsíveis, mas a resposta muitas vezes insensata das sociedades humanas a esses extremos. Mesmo sabendo da recorrência dessas condições climáticas, a maioria das pessoas parece preferir arriscar a prevenir. Um exemplo recente dessa atitude foi observado durante o mandato do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que não tomou medidas para garantir a segurança hídrica, apesar dos alertas de cientistas e técnicos experientes.
No Brasil, prevalece a mentalidade de que "não há necessidade de gastar dinheiro para evitar uma seca ou enchente que não está ocorrendo agora". No entanto, muitos se esquecem de que projetos de engenharia demandam mais de uma década para serem planejados, licenciados e executados, mas geralmente resolvem grandes problemas e têm uma longa vida útil.
Leia o artigo completo de Ivo Pugnaloni
Fonte: Portal do Agronegócio
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