Publicado em: 29/08/2012 às 15:50hs
O governo ainda discute qual será a nova alíquota, mas adianta que a medida tem como principal objetivo incentivar a produção do combustível a fim de torná-lo mais competitivo.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, ao diminuir o imposto, o Estado incentiva a produção e torna-se capaz de atrair indústrias de ponta. "Queremos fazer do etanol um combustível mais competitivo no Estado", afirma Bueno.
Apesar de saudar a iniciativa, o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenador da pós em engenharia agrícola, Ednilton Tavares é cauteloso. "Diminuir imposto sobre o setor produtivo produção é sempre bom, mas também é preciso estimular a produção".
Ele lembra que o repasse dessa diminuição para o preço do álcool nas bombas depende de outros fatores, como a opção das distribuidoras de combustíveis pelo etanol fluminense. "A tecnologia no Rio é muito antiga, é complicado ter um produto competitivo frente a São Paulo que trabalha com maquinário de ponta", explica.
Abastecer o carro com gasolina também segue sendo mais vantajoso, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A última pesquisa de preços da ANP, fechada em 25 de agosto, mostra o preço médio da gasolina na cidade do Rio em R$ 2,810 enquanto o etanol é vendido a R$ 2,185 e o GNV, a R$ 1,617.
"As pessoas costumam fazer uma regrinha, que vale a pena colocar álcool se ele custa 70% ou menos do preço da gasolina, e faz tempo que isso não acontece", afirma o professor de logística e gestão ambiental da UFF, Aurélio Lamare.
Ao contrário de Tavares, ele espera um reflexo no bolso dos consumidores com uma diminuição no preço da bomba. "Mas isso precisa ser algo bem cadenciado pelo governo, com regras, fiscalização, para que o preço diminua também na bomba", recomenda. "No mercado do combustível tudo que você é capaz de produzir o mercado vai absorver, incentivando a produção o etanol torna-se mais competitivo".
De acordo com o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), que preferiu não se manifestar sobra a nova taxação antes do anúncio do governo, a procura por gasolina subiu 57% nos anos de 2010 e 2011. Somente neste ano, o aumento foi de 13%, frente ao ano passado. Além disso, o Rio de Janeiro tem a maior frota de veículos movidos a Gás Natural Veicular (GNV) das Américas, sendo cerca de 600 mil metros cúbicos consumidos todos os dias.
Fonte: Terra
◄ Leia outras notícias