Etanol

Produção de etanol crescerá quase 20% em 13/14; Açúcar amargará queda

Tendência é de recuperação para cana-de-açúcar no centro-sul do país, indica Safras & Mercado


Publicado em: 09/01/2013 às 13:00hs

Produção de etanol crescerá quase 20% em 13/14; Açúcar amargará queda

A produção de etanol na região centro-sul do Brasil deve crescer 18,7% e chegar a 23,5 bilhões de litros na nova temporada de 2013/14. Um ano antes eram 19,80 bilhões de litros. Já a produção de açúcar diminuirá 2,8%, para 35 milhões de toneladas, contra as 36 milhões de toneladas de 2012/13, indicou a consultoria Safras & Mercado nesta segunda-feira (7).

Em seu relatório a consultoria projeta uma safra de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no centro-sul, traduzindo um crescimento de 15,4% sobre os números da temporada anterior, em 520 milhões de toneladas. Enquanto isso, a projeção para a produção geral de cana é de 630 milhões de toneladas (+2,8%), indicou o primeiro diagnóstico.

Analista de Safras & Mercado, Maurício Lima Muruci diz que a expectativa de incremento na moagem de cana-de-açúcar para o centro-sul é ainda um reflexo do alto índice de renovação dos canaviais na região, conforme a empresa.

"Embora os programas do BNDES, como o Prorenova, tenham tido uma demanda relativamente baixa, pelo alto nível de exigência do banco, as usinas investiram muito com capital próprio ou com emissão de títulos pra a renovação do canavial, possibilitando, assim, uma Expansão continuada da produção", declarou em relatório.

Já a retração esperada na produção de açúcar está atrelada à rentabilidade do segmento. Simultaneamente a essa redução na receita do açúcar, o etanol apresentou um comportamento inverso, sendo beneficiado no último trimestre de 2012 pelas as exportações para os Estados Unidos. De novembro para dezembro, por exemplo, o volume de embarques mais do que dobrou, apontou a consultoria.

"O mercado internacional está demandando muito etanol, e as usinas estão maciçamente focadas para a exportação, uma vez que o mercado interno gera prejuízo, tanto na venda de açúcar como pela venda de etanol", apontou ainda Muruci.

Segundo ele, nem mesmo a expectativa de aumento no preço da gasolina, que proporcionaria um vetor de neutralização na queda histórica de competitividade do etanol, não é mais tão latente pelo lado das usinas, pois agora o mercado já encontrou outro viés de ganho, através das exportações.

"Na prática, esse clamor pelo aumento da gasolina, que existe há pelo menos dois anos, quando der resultado, já será muito tarde, pois as usinas já estão exportando", finaliza.

Fonte: Agrodebate

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