Publicado em: 26/07/2024 às 11:15hs
O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) lançou recentemente o movimento "Acelera com Etanol". Esta iniciativa tem como objetivo estimular o consumo de etanol, um combustível limpo, descarbonizador e acessível. O movimento busca promover um debate mais amplo sobre as vantagens do uso deste biocombustível.
Pernambuco é um dos maiores produtores de matérias-primas para a produção sucroenergética no Norte e Nordeste do Brasil, consolidando-se como um importante fornecedor de açúcar, etanol e bioeletricidade. Além disso, o estado também investe em energia proveniente de fontes hidráulicas.
Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE, destacou os principais objetivos do movimento. “O setor sucroenergético nacional está focado em valorizar o etanol de maneira contínua. Este combustível possui características ambientais que favorecem a redução de emissões de CO2, tornando-se uma opção sustentável para o abastecimento de veículos”, explica. Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) revelam que o etanol hidratado emite até 90% menos CO2 em comparação à gasolina.
Além disso, Cunha ressalta que a recente legislação permite que os produtores vendam diretamente o etanol para postos não bandeirados, o que facilita a divulgação e o uso do combustível. “Estamos empenhados em promover uma comunicação pedagógica e construtiva sobre os benefícios do etanol”, afirma.
O movimento "Acelera com Etanol" busca unir forças com outras iniciativas nacionais para incentivar o uso do combustível. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Na safra 2022/2023, o país produziu cerca de 31 bilhões de litros de etanol, sendo a maior parte destinada ao etanol anidro (misturado à gasolina) e ao etanol hidratado (usado como combustível puro).
“O grande desafio que enfrentamos é a competitividade com a gasolina, que tem o suporte da Petrobras e do Governo Federal, além de dificuldades regulatórias”, aponta Cunha.
Cunha também comentou sobre a necessidade de políticas públicas e incentivos fiscais para aumentar a competitividade do etanol em relação aos combustíveis de origem mineral. “O principal obstáculo são as cargas tributárias impostas pelo Governo Federal. Ainda faltam incentivos que favoreçam a produção de combustíveis mais limpos”, afirma.
Por fim, Cunha questiona a atual referência do governo federal, que sugere o uso de etanol como mais econômico quando seu preço é inferior a 70% do valor da gasolina. “Essa regra é antiga e precisa ser revisada, já que a tecnologia dos veículos evoluiu e o etanol anidro na gasolina passou de 22% para 27%”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
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