Publicado em: 21/11/2024 às 12:30hs
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou, durante o lançamento do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2034), que a oferta de etanol no Brasil deverá crescer 3,8% ao ano até 2034. Esse aumento deverá resultar em um volume total de 48,5 bilhões de litros ao fim da próxima década, com a cana-de-açúcar permanecendo como a principal matéria-prima para a produção do biocombustível.
No evento promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na última sexta-feira (8), a diretora da EPE, Heloisa Borges, enfatizou que a produção de energia, especialmente de petróleo e gás natural, estará alinhada à estratégia nacional para garantir a segurança energética e financiar a transição para fontes mais sustentáveis. Segundo ela, o Brasil precisa intensificar seus esforços exploratórios para mitigar o declínio da produção de petróleo, que deve atingir seu pico em 2030, com 5,3 milhões de barris por dia, e começar a cair a partir daí.
Em relação ao gás natural, o estudo da EPE prevê um crescimento quase dobrado na produção até 2034. Com a crescente importância desse recurso para a transição energética, a infraestrutura de escoamento, transporte e processamento de gás natural precisará ser expandida significativamente. O valor dos investimentos necessários para essas áreas pode alcançar até R$ 2,4 trilhões.
Além disso, o PDE 2034 projeta que a demanda por derivados de petróleo continuará em ascensão, refletindo as mudanças da transição energética. O Brasil, contudo, seguirá sendo um importador líquido desses derivados. A oferta de etanol, no entanto, deverá expandir a um ritmo de 3,8% ao ano, com destaque para o papel da cana-de-açúcar nesse aumento. A demanda por biodiesel também deve crescer, alcançando 13,6 bilhões de litros até 2034.
Outro aspecto importante do PDE 2034 é a possibilidade de ampliar o uso de bioeletricidade e biogás, além de incentivar inovações tecnológicas, como o uso de SAF (Sustainable Aviation Fuel), Diesel Verde, Hidrogênio e BECCS (Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono). Essas novas tecnologias são vistas como alternativas importantes para diversificar a matriz energética e acelerar a transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.
Renato Dutra, diretor do Departamento de Combustíveis Derivados do Petróleo do MME, ressaltou que o PDE é crucial para o planejamento estratégico do setor energético brasileiro. "Este estudo reforça a importância de uma transição energética que seja justa, inclusiva e equilibrada, garantindo não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também a segurança energética do país", concluiu.
O painel contou ainda com a participação de representantes da Petrobras, Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) e Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que discutiram os desafios e as oportunidades para o setor nos próximos anos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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