Publicado em: 28/11/2024 às 09:30hs
A projeção de uma possível queda na produção de etanol de cana-de-açúcar, devido a uma redução no processamento da safra 2025-2026, poderá ser compensada pela oferta adicional de 2 bilhões de litros de etanol de milho, estima Martinho Ono, CEO da SCA Brasil. A empresa é uma das maiores comercializadoras de biocombustíveis no mercado físico do país.
Em 2023-2024, as usinas e destilarias processaram 654,5 milhões de toneladas de cana, e a expectativa para o período 2024-2025 é de que esse número caia para 608 milhões de toneladas. Para a safra 2025-2026, a SCA Brasil projeta um processamento de 565 milhões a 585 milhões de toneladas, o que impactaria diretamente a oferta de etanol de cana.
Ono, no entanto, alerta que a previsão é conservadora, levando em consideração as chuvas que retornaram a partir de outubro e que podem se estender durante a primavera e verão. Com a produção de etanol de milho em expansão, acompanhada por investimentos bilionários em novas plantas industriais, o biocombustível a partir do cereal tem se consolidado como um componente essencial na oferta de etanol no Brasil.
Uma das principais vantagens do etanol de milho é a sua produção ao longo de todo o ano, permitindo a estocagem do grão. Isso garante maior estabilidade no mercado, especialmente durante a entressafra da cana-de-açúcar, que ocorre entre dezembro e março.
De acordo com dados da SCA Brasil, o estoque de passagem de etanol entre as safras 2024-2025 e 2025-2026, em março de 2025, será de 1 bilhão de litros de etanol anidro, o tipo misturado à gasolina, e 1,32 bilhão de litros de etanol hidratado, consumido diretamente nos tanques. Esses volumes estão alinhados com o consumo médio mensal do biocombustível, mas só serão possíveis se a produção de etanol de milho atingir 5 bilhões de litros durante a entressafra da cana.
“Com essa produção de etanol de milho, estamos tranquilos em relação ao equilíbrio entre oferta e demanda, e já demonstramos isso ao governo federal”, afirmou Ono. A empresa atende a mais de 100 clientes no setor sucroenergético e em diversos estados brasileiros.
Além disso, a recente sanção da lei do "combustível do futuro", que autoriza a elevação da mistura do etanol anidro na gasolina para até 30%, pode gerar uma demanda extra de 1,2 bilhão de litros de etanol anidro anualmente. Segundo Ono, essa demanda adicional será atendida com a migração da produção de etanol hidratado de cana para o anidro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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