Etanol

Falta é reduzir o custo para que o Etanol de segunda geração seja realidade, diz Petrobras

Equilíbrio nos custos de produção é o último entrave para que o produto entre definitivamente no mercado nacional


Publicado em: 24/09/2012 às 10:50hs

Falta é reduzir o custo para que o Etanol de segunda geração seja realidade, diz Petrobras

O etanol celulósico - ou etanol de segunda geração - pode, em menos de duas safras, chegar ao mercado nacional com força (e efeito). A afirmação é do diretor do Centro de Tecnologia Canavieira, Luiz Antonio Dias Paes. Segundo Paes, o Brasil já tem tecnologia de ponta para gerar o produto e, com a inserção do etanol celulósico no mercado, a oferta de etanol dobraria. Ele afirma, porém, que o setor ainda precisa encontrar um meio de baratear o custo de produção do produto para viabilizá-lo.

"Há tecnologia no país, estamos prontos para iniciar a produção, o que falta é reduzir o custo", diz ele, citando que hoje, o custo de produção do etanol celulósico ainda é 50% mais caro que o custo de produção do etanol de primeira geração. "Quando encontrarmos esta saída, a produção nacional de etanol dará um salto muito significante", diz.

O CTC tem uma estação experimental de produção de etanol de segunda geração, e tem parcerias com empresas como a Novozymes, por exemplo, empresa dinamarquesa que cria enzimas responsáveis por transformar a palha e o bagaço em álcool. "O processo de produção do etanol celulósico é o mesmo. A única diferença é que, no processo de hidrólise as enzimas quebram a lignina, a celulose, e permitem que haja a fermentação, transformando o produto em etanol.”

Avançado

O mercado aguardava notícias do etanol celulósico só a partir da safra 2015/2016, mas o avanço das pesquisas acerca do produto anteciparam a sua chegada. "É possível que em duas safras já tenhamos o produto em escala comercial, pequena, mas real", explica Paes.

Pedro Luiz Fernandes, presidente da Novozymes para a América Latina, afirma que hoje já é possível fabricar o produto ao custo de R$ 1,25 por litro. O executivo explica que a crise do etanol, registrada nas últimas duas safras, foi um fator determinante para que a indústria química acelerasse suas pesquisas sobre enzimas para este fim. As da Novozymes, estão na terceira geração.
 
Por: Viviane Taguchi  

“A produção de etanol avançado aconteceria de qualquer forma, só não imaginávamos que fosse tão rápido. Não há como a indústria brasileira sucroenergética não seguir esta tendência”, diz ele. Fernandes diz que a empresa já tem, em laboratório, a quarta geração da família destas enzimas, o que indica que logo elas também sejam inseridas no mercado brasileiro com menor custo de produção para o etanol. “Nosso objetivo é equiparar todos os custos”, diz ele. Fabricar um litro de etanol de cana de primeira geração custa em média US$ 0,57 e de milho, US$ 0,50, algo em torno de R$ 1, 10 e R$ 1, respectivamente.
 
Interesse estatal  

De acordo com o gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustível, João Norberto Noschang Neto, a estatal também está interessada no segmento, que poderia aumentar a oferta de etanol em 40%. “Sem plantar um pé de cana a mais”, lembra. Segundo o executivo, a estatal planeja investir US$ 300 milhões em novas tecnologias para etanol até 2015. “É uma investida sem volta, uma forma sustentável de produzir biocombustível a partir daquilo que já foi produzido uma vez”. A Petrobras Biocombustível também tem uma usina experimental.

Fonte: Globo Rural Online

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