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Etanol: setor se diz preparado para aumento da mistura, mas cobra política energética

O setor sucroalcooleiro se diz preparado para atender a demanda que surgirá do aumento da mistura de etanol na gasolina, mas representantes voltaram a cobrar uma política energética para o País


Publicado em: 16/01/2013 às 12:30hs

Etanol: setor se diz preparado para aumento da mistura, mas cobra política energética

"É um setor de riscos e, por isso, precisamos de políticas claras", diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho, diretor da Canaplan, empresa de consultoria e projetos para o setor sucroalcooleiro e que também preside a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Reportagem recente da Agência Estado mostrou que estão prontos todos os estudos técnicos e até a portaria que eleva a mistura de anidro na gasolina de 20% para 25% e que só falta o aval da presidente Dilma Rousseff.

"Não temos de ficar esperando a sanção presidencial", disse Carvalho. Celso Junqueira Franco, presidente da União dos Produtores de Bioenergia (UDOP), faz coro: "Temos de definir uma matriz energética rapidamente." Para ele, a alteração nos porcentuais de mistura do combustível renovável à gasolina, ora com aumento ora com redução, é prejudicial ao setor. O diretor da Datagro, Guilherme Nastari, concorda: "As regras mudam o tempo todo, e investidores e empresários estão sem saber o que fazer."

Para Franco, os ajustes de consumo de etanol precisam ser feitos apenas sobre o hidratado (vendido diretamente na bomba nos postos de combustíveis) e não sobre o anidro, cuja quantidade misturada na gasolina deveria ser fixa. "Hoje, não é viável produzir etanol hidratado; precisamos que o governo recupere sua competitividade." Essa competitividade depende da elevação do preço da gasolina, afirma Nastari. Segundo ele, uma alta de pelo menos 13% já traria resultados positivos para o etanol. Mas reconhece que o governo teme o possível impacto do aumento da gasolina na inflação.

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) enfatiza que o setor está preparado para suprir o aumento da demanda por anidro por ocasião da elevação da mistura. "Não haverá qualquer problema para fornecer o anidro, pois o governo só considerou a hipótese de voltar aos 25% de mistura após perguntar à Unica se o setor teria produção suficiente para atender a essa demanda", disse, em nota. A Unica afirma ter notificado o governo sobre isso ainda no ano passado, para que produtores planejassem a "próxima safra já pensando em 25% de anidro, o que implica em mudanças na ´calibragem´ das usinas (produzir mais anidro e um pouco menos de hidratado)".

A entidade, contudo, diz que "o aumento da mistura não era uma reivindicação do setor". "Voltou às discussões por iniciativa da Petrobras, especificamente da presidente da empresa, Graça Foster."

Fonte: Agência Estado

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