Publicado em: 19/04/2013 às 11:00hs
Foi o que defendeu a coordenadora de Relações Institucionais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Luana Maia, durante discussão sobre o impacto dos biocombustíveis na produção de alimentos e de ração animal, na 4ª edição do Global Feed and Food Congress, em Sun City, na África do Sul.
Organizado pela International Feed Industry Federation (IFIF) com suporte técnico da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o evento aconteceu entre os dias 10 e 12 de abril. A participação da UNICA no Congresso é mais uma ação da parceria entre a entidade e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), dedicada a disseminar o etanol brasileiro de cana como alternativa energética limpa e renovável.
“A produção de etanol no Brasil vai além da produção de uma energia mais limpa, pois faz parte de um processo mais amplo, de diversificação da matriz energética brasileira, que já é uma das mais limpas do mundo. No Brasil, 44,1% de toda a energia utilizada é de origem renovável, o que reduz substancialmente a dependência do petróleo,” destacou Luana Maia.
Durante o painel “Seminário Biocombustíveis: oportunidades e desafios,” Maia descreveu a experiência brasileira, enfatizando que o etanol de cana produzido em larga escala há mais de 30 anos no Brasil ocupa apenas 1% do território nacional. Ela ressaltou que com esta área, o País tem substituído mais de um terço do consumo total de gasolina, além de gerar excedentes para exportação.
A representante da UNICA lembrou também que a área utilizada para cana no Brasil é sete vezes menor que a utilizada para a produção de grãos e 23 vezes menor do que aquelas dedicadas às pastagens, grande parte delas com baixíssima produtividade, com uma média de uma cabeça de gado por hectare. “Embora cerca de 70% da expansão da cana-de-açúcar tenha se dado majoritariamente em áreas de pastagem, o País já teve um ganho com o aumento da produtividade na pecuária. Ainda há muito espaço para ampliar a otimização do uso da terra, incluindo a expansão de outras culturas nessas regiões,” explicou.
Maia acrescentou que a cana-de-açúcar é a matéria-prima que oferece a mais alta produtividade para a produção de açúcar e etanol, e ainda é a que melhor se adapta a regiões onde há disponibilidade de terras aráveis em regiões tropicais.
“Outros fatores também contribuem para a produção de cana de forma mais sustentável, como a disponibilidade de terras que o Brasil oferece, um setor agrícola e industrial bastante eficiente e fortes leis de conservação que garantem uma grande quantidade de vegetação nativa protegida,” afirma. Maia destacou que vários destes fatores poderiam ser replicados em regiões com condições de clima e solo muito semelhantes às do Brasil, a exemplo de várias regiões da África.
Além disso, o etanol de cana reduz em até 90% a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), quando comparado à gasolina. Todas essas razões fazem do etanol brasileiro um ‘case’ bem sucedido, apresentado durante o evento na África do Sul.
O painel também teve a participação do presidente da American Feed Industry Federation (AFIA), Joel Newman, que abordou o potencial que a produção de biocombustíveis pode ter no desenvolvimento sustentável da pecuária e do especialista para a produção animal da FAO, Harinder Makkar, que analisou como os co-produtos da produção de biocombustíveis podem ser usados na indústria de ração animal. A moderação foi do presidente da Ajinomoto Heartland, Daniel Bercovici.
Fonte: UNICA - União da Indústria de Cana-de-açúcar
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