Segundo o levantamento, a diminuição das emissões de gases do efeito estufa, com o biocombustível, é de 76% na comparação com a gasolina brasileira (com adição de 23% de etanol) e 77% com o diesel.

A pesquisa considerou os níveis de CO2 emitidos por caminhonetes modelo S10, com motores semelhantes, que rodam com diesel, gasolina pura, gasolina brasileira. O resultado foi fruto do levantamento de todos os gases dissipados pela indústria na extração, refino, processamento e transporte, no caso dos fósseis; e plantio, transformação industrial e transporte, no caso do etanol. Depois, os valores foram somados a todo o gás carbônico produzido na queima, já no motor.

Além de ser renovável, o etanol possui o diferencial de ser autossuficiente, uma vez que a energia necessária para abastecer uma usina é gerada pelo bagaço da cana. “A grande vantagem do etanol brasileiro comparado ao americano, feito do milho, é que processamento do milho é todo feito com gás natural, que é um combustível fóssil. O nosso é todo transformado a partir da própria energia gerada pelo bagaço da cana-de-açúcar”, explica Robert Boddey, um dos responsáveis pelo estudo.

O sucesso da utilização do bagaço para gerar energia elétrica nas usinas é tanto, que algumas estão comercializando o excedente para abastecer municípios de São Paulo. “Algumas empresas produzem mais de um bilhão de toneladas de cana por ano, 30% disso será bagaço. Você terá mais ou menos 800 milhões de toneladas de bagaço para queimar. Se você usar 50% disso para a própria usina, ainda sobra quase meio milhão de toneladas de bagaço, o que gera custos para as empresas. Há uns três anos, a Eletropaulo passou a comprar essa energia excedente nas usinas”, conta Boddey.

O pesquisador ainda explica que uma usina de médio porte produz 30 MW de eletricidade, usando apenas 8 MW para consumo interno e pode exportar 22 MW para a rede - o suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 150 mil habitantes