Etanol

Embrapa estuda microbiota brasileira para produzir etanol 2G

A biodiversidade brasileira esconde microrganismos capazes de produzir insumos para o etanol de 2ª geração - 2G (também chamado de lignocelulósico)


Publicado em: 02/03/2012 às 16:40hs

Embrapa estuda microbiota brasileira para produzir etanol 2G

Tendo isso em vista, a Embrapa deu início, na quinta-feira (1º), ao projeto de pesquisa “Bioprospecção de microrganismos e enzimas a partir da diversidade microbiana para conversão de biomassa a etanol”, realizando reunião técnica com as instituições participantes em Brasília/DF.

O projeto é liderado pela pesquisadora da Embrapa Agroenergia Betania Quirino. Ela explica que as primeiras buscas serão realizadas nos bancos de germoplasma da Embrapa Meio Ambiente, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e da Universidade de Mogi das Cruzes. Num segundo momento, a equipe deve estudar material do Cerrado e da Caatinga, além de resíduos agroindustriais, a fim de encontrar bactérias e leveduras que possam ser utilizadas na produção de etanol.

O banco de germoplasma da Embrapa Meio Ambiente, situado em Jaguariúna (SP), é um dos mais ricos em material de biomas brasileiros, com mais de 15 mil isolados de microrganismos. Com certificado ISO 9001, possui também espécies da Antártida. O pesquisador Itamar Soares de Melo conta que essa unidade paulista da Embrapa participará do estudo coletando, isolando e caracterizando microrganismos envolvidos na degradação da celulose e da hemicelulose. Ele considera o projeto bastante completo por envolver não apenas a quebra da celulose, mas também a fermentação dos açúcares a etanol, ou seja, o processo de produção do etanol 2G.

Metagenômica

Com as técnicas tradicionais, para estudar os microrganismos é preciso cultivá-los. O problema é que apenas 1% deles é cultivável, segunda as estimativas. Para poder explorar todo o potencial dos ambientes que serão estudados, a equipe do projeto vai utilizar tanto as metodologias tradicionais quanto a metagenômica, ferramenta que está na fronteira do conhecimento. Ela permite aos cientistas identificar genes responsáveis pela produção de determinadas enzimas mesmo sem o isolamento dos microrganismos.

O objetivo do trabalho é encontrar espécies produtoras de enzimas mais eficientes na quebra da celulose e leveduras capazes de fermentar açúcares de cinco carbonos (pentoses). Ao final do projeto, que deve durar três anos, coquetéis compostos pelas enzimas obtidas serão testados em biomassa pré-tratada.

A pesquisa é financiada Embrapa. São parceiros da Embrapa Agroenergia no projeto: a Embrapa Agroindústria de Alimentos, a Embrapa Cerrados, a Embrapa Instrumentação Agropecuária, a Embrapa Meio Ambiente, a Fundação Getúlio Vargas, a Universidade Católica de Brasília, Universidade de Brasília, a Universidade de Mogi das Cruzes e a Universidade de São Paulo.

Simpósio Nacional de Microrganismos em Agroenergia

De 11 a 12 de abril, Brasília recebe o Simpósio Nacional de Microrganismos em Agroenergia. A programação preliminar já está divulgada no seguinte endereço: www.cnpae.embrapa.br/eventos/simposio-nacional-microrganismos/.

As inscrições custam R$ 200,00, com desconto de 50% para estudantes, e devem ser feitas por meio de formulário que estará disponível em breve no mesmo endereço eletrônico.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail micro-agroenergia.cnpae@embrapa.br. O evento é promovido pela Embrapa Agroenergia.

Fonte: Embrapa Agroenergia

◄ Leia outras notícias