Publicado em: 09/11/2012 às 13:30hs
A ação faz parte de um projeto de pesquisa executado em conjunto com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) do país vizinho.
Os microrganismos identificados pelo órgão de pesquisa argentino produzem celulases, enzimas capazes de degradar a celulose de materiais como o bagaço de cana-de-açúcar e o capim, liberando açúcares mais simples para fermentação a etanol. Esse processo é chamado de hidrólise enzimática.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Thaís Salum, que coordena os trabalhos no Brasil, o custo das enzimas utilizadas nessa etapa de fabricação é o principal entrave para a viabilidade econômica do etanol 2G. “O projeto pretende, justamente, encontrar microrganismos mais eficientes na produção das celulases, de modo a baratear o custo de produção”, explica Thaís.
O INTA está buscando espécies produtoras de celulases em florestas nativas e plantadas da Argentina. Além da prospecção de microrganismos, o Instituto está utilizando a metagenômica, uma metodologia que permite identificar genes de microrganismos que não podem ser cultivados em laboratório – correspondentes a cerca de 99% das espécies existentes. A pesquisadora Paola Talia, coordenadora das ações de pesquisa na Argentina, diz que a abordagem metagenômica está sendo utilizada para a prospecção de genes codificadores de celulases em florestas e também no intestino do inseto conhecido como bicudo do algodoeiro. Os trabalhos naquele país começaram em janeiro deste ano.
O grupo de pesquisa argentino já selecionou alguns microrganismos de bosques nativos da região do Chaco e os enviou à Embrapa Agroenergia, que produzirá as enzimas e as testará na hidrólise de capim-elefante e bagaço de cana-de-açúcar. Para Thaís, um dos principais desafios é balancear a proporção de diferentes tipos de celulases nos coquetéis enzimáticos a serem utilizados.
Fonte: Embrapa Agroenergia
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