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Embrapa Agroenergia inicia projeto com microrganismos para produção de etanol lignocelulósico

Obter microrganismos para atuar na produção de etanol de 2ª geração. Esse é o objetivo do projeto de pesquisa ?Linhagens microbianas superiores para a produção de etanol lignocelulósico?, que a Embrapa Agroenergia começou a desenvolver este ano


Publicado em: 08/02/2012 às 17:10hs

Embrapa Agroenergia inicia projeto com microrganismos para produção de etanol lignocelulósico

Nesta terça-feira (7), a entidade reuniu a equipe do projeto em sua sede, em Brasília, num workshop para discutir estratégias de trabalho.

A pesquisa vai atuar em duas frentes. A primeira é o desenvolvimento de microrganismos que produzam enzimas de baixo custo e alta eficiência na hidrólise da celulose. Por meio desse processo, a celulose é “quebrada” e seus açúcares, liberados para fermentação a etanol. Contudo, alguns desses açúcares não são fermentescíveis pelos microrganismos hoje disponíveis comercialmente. Esse é outro entrave da produção de etanol de 2ª geração que o projeto pretende atacar: desenvolver leveduras capazes de fermentar as pentoses – açúcares de cinco carbonos. Em ambas as frentes, os pesquisadores utilizarão recursos de melhoramento genético para obter os microrganismos desejados.

Além da Embrapa Agroenergia, participam do projeto outras quatro unidades da Embrapa: Agroindústria de Alimentos (RJ), Meio Ambiente (SP), Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) e Uva e Vinho (RS). Também participam a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Nacional de Tecnologia e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A professora Elba Bon, da UFRJ, diz que essa uma iniciativa importante porque “é o primeiro projeto estruturado no Brasil que trata da produção de enzimas para etanol lignocelulósico e da fermentação alcoólica tanto da glicose quanto da xilose”. Ela compartilha a coordenação do projeto com o pesquisador João Ricardo Moreira de Almeida, da Embrapa Agronenergia, e é responsável pelos trabalhos com enzimas. A professora da UFRJ tem grande expectativa em relação ao projeto, pela experiência e competência da equipe envolvida. Além disso, “ela ressalta que o entrosamento entre os participantes, fator essencial para projetos em rede, já existe”.

Para a pesquisadora Leda Gottschalk, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, o projeto pode contribuir para o avanço da tecnologia de produção de etanol lignocelulósico, já que a obtenção de microrganismos que produzam enzimas hidrolíticas mais eficientes é uma das etapas essenciais para viabilização econômica do produto. Na pesquisa, Leda vai comparar os microrganismos obtidos por melhoramento genético com as espécies selvagens. O desempenho das enzimas por eles produzidas também será comparado com aquelas disponíveis comercialmente.

Almeida, que é líder do projeto, explica que “o objetivo do workshop foi definir as estratégias de ação do projeto e padronizar metodologias a serem empregadas”. Ele faz um balanço positivo do evento, especialmente pela troca de informações sobre o que os grupos envolvidos no projeto já têm feito sobre o tema.

A pesquisa é financiada pelo Sistema Embrapa de Gestão (SEG) e tem duração prevista de quatro anos.

Fonte: Embrapa

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