Etanol

Crise e oportunidades para o etanol brasileiro

"Eu acredito que estamos enfrentando uma das maiores crises desse setor"


Publicado em: 14/01/2013 às 15:50hs

Crise e oportunidades para o etanol brasileiro

Essa afirmação é do secretário interino do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, em entrevista para a TV UDOP sobre as oportunidades para o mercado de etanol brasileiro. Para Mário, as unidades brasileiras, produtoras de açúcar e etanol, foram fortemente impactadas nos últimos anos pela baixa produtividade dos canaviais e baixa rentabilidade do etanol frente à gasolina.

"Temos uma política do governo federal de manutenção do preço do nosso concorrente que é a gasolina, que afetou a rentabilidade das empresas. Para o açúcar, que nas últimas três safras trouxe o etanol junto com ele, as perspectivas para a próxima safra são que a gente não vai ter preços muito rentáveis. Isso pode prejudicar a rentabilidade total do setor", ressalta.

Segundo o secretário interino do Siamig, o setor precisa estar unido em busca de respostas e soluções, principalmente do que tange a volta do consumo do etanol pelo motorista brasileiro que abandonou o biocombustível em detrimento ao preço da gasolina nas bombas. "O preço do etanol caiu e infelizmente o consumidor não voltou a abastecer com o biocombustível, então como fazer para esse consumidor voltar? É nisso que precisamos pensar, e o setor está discutindo o que precisa para fazer isso", comenta. Para Mário, uma das possibilidades é o aumento do preço da gasolina nas bombas, para aumentar a competitividade do etanol e reduzir os custos de produção do etanol. "    Mas isso demanda tempo, é uma alternativa para médio e longo prazos", diz.

Quanto a possível falta de combustível no Brasil, Campos atribui à logística de importação da gasolina. Para ele, o aumento da renda do brasileiro e o número de automóveis aumentaram muito nos últimos quatro anos, o que fez o consumo dos combustíveis aumentarem também. Nos últimos quatro anos, o consumo de gasolina no Brasil aumentou 70%, mas o sistema logístico é exatamente o mesmo que tínhamos há quatro anos. Eu acredito que seja um desafio de logística, produto no mundo tem. A questão é se a logística nos dias de hoje é suficiente para levar a gasolina até os postos", explica.

Sobre o abastecimento de etanol, Mário ressalta a capacidade de distribuição e armazenagem."Nós temos uma capacidade grande de produção e estocagem do etanol. Quando se consumia muito biocombustível no Brasil, os estoques estavam nas usinas, a gente sabe da capacidade mínima que as companhias distribuidoras tem de estocagem, se trabalha com alguns dias de estoque, e se não houver a chegada desse produto, pode haver problema em algum ponto do Brasil", finaliza.

Assista a matéria da TV UDOP www.youtube.com/tvudop.

Fonte: Agência UDOP de Notícias

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