A Ceres Sementes do Brasil começa a distribuir nos próximos dias oito híbridos da marca BLADE®, além de uma variedade de sorgo sacarino da Embrapa. A empresa norte-americana, cuja operação brasileira está sediada na cidade paulista de Piracicaba, eleva assim a oferta de sementes disponível para as usinas brasileiras que produzem etanol de sorgo sacarino na entressafra da cana-de-açúcar.

De acordo com o gerente de vendas e marketing da Ceres do Brasil, Antonio Kaupert, o novo portfólio abrange seis novos híbridos de ciclo pleno da marca BLADE® – CB 7640, CB 7621, CB 7521, CB 7300, CB 7290 e CB 7201 – e dois de ciclo precoce – EJ 7282 e EJ 7281. Estes, diz o executivo, têm recomendação de cultivo no início da safra de sorgo sacarino, entre os meses de novembro e janeiro.

O grupo ‘CB’, por sua vez, foi desenvolvido para prover aumento de produtividade às usinas. Trata-se, de acordo com Kaupert, de híbridos de ciclo pleno e seu manejo adequado amplia significativamente os ganhos de produtividade do ‘sorgovial’.

Já a variedade BRS 506, da Embrapa, segundo o executivo, registra desempenho confiável mesmo diante de condições de estresse climático enfrentadas na lavoura ao longo da safra, entre outras situações agronômicas adversas.

“Além de ampliar as tecnologias de cultivo de sorgo sacarino, ao lançar esses novos produtos a Ceres fortalece seu Programa de Melhoramento Genético e dá uma demonstração de que confia plenamente no potencial do mercado brasileiro”, complementa Kaupert. Criada nos Estados Unidos - Thousand Oaks, Califórnia – em 1996, a empresa tornou-se líder global no desenvolvimento de sementes que servem de matéria-prima para biocombustíveis avançados, bioenergia e outros produtos.

Kaupert enfatiza que a companhia é detentora de um amplo banco de germoplasma de híbridos de sorgo sacarino, e que enxerga na necessidade de aumento da produção do etanol brasileiro a oportunidade para crescer e estender sua atividade no País. “A oferta atual pelo biocombustível não atende à demanda do consumidor brasileiro e deverá se manter reduzida nos próximos anos, de acordo com projeções do mercado”, justifica Kaupert.

Após instalar-se e consolidar sua estrutura operacional no País em Janeiro de 2010, a Ceres considera ter avançado rapidamente no sentido de disseminar os diferenciais das sementes híbridas de sorgo sacarino da marca BLADE® no setor sucroenergético brasileiro. “As principais usinas do Brasil estão aderindo à nossa tecnologia e hoje a veem como melhor e mais viável alternativa de curto prazo para estender a produção de etanol em até 60 dias por ano”, afirma Antonio Kaupert.

Semelhanças e diferenças

As semelhanças entre as plantas de cana-de-açúcar e sorgo sacarino surpreendem até mesmo especialistas da área agronômica, sobretudo no tocante ao excelente potencial energético encontrado em ambas, em consequência do acúmulo de açúcar. Igualmente surpreendente é o fato de os equipamentos necessários ao processamento da cana e do sorgo sacarino serem praticamente os mesmos.

Em resumo, para produzir etanol de sorgo sacarino na entressafra da cana-de-açúcar as usinas sequer têm de investir em maquinário e equipamentos novos. A conhecida operação logística que envolve a cana desde a colheita na lavoura até o processamento na indústria também é exatamente a mesma para o sorgo sacarino.

Para Kaupert, pode-se afirmar até mesmo que o sorgo sacarino leva algumas vantagens sobre a cana. “Apesar de parecido com ela, por crescer e atingir a maturação rapidamente, o sorgo sacarino é plantado por sementes, o que reduz os custos de plantio”, exemplifica. “O sorgo ainda viabiliza uma escala rápida de produção por permitir o uso da infraestrutura já instalada nas usinas”, reforça.

As cultivares em lançamento, destaca Kaupert, já foram testadas no Brasil em diversas condições, em campos demonstrativos que a Ceres mantém em toda a fronteira agrícola da cana-de-açúcar.

Embrapa/BRS 511 - Recentemente, a Ceres Sementes do Brasil foi declarada vencedora de um processo seletivo aberto pela Embrapa para desenvolvimento do manejo agrícola e industrial da variedade de sorgo sacarino BRS 511. O contrato respalda ações conjuntas das empresas na área de pesquisa e desenvolvimento, e transfere à Ceres o licenciamento de produção e comercialização exclusiva de sementes dessa variedade, que pertence à Embrapa.