O mercado global de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) ainda está em fase inicial, mas um relatório recente do Rabobank, banco holandês, projeta um cenário promissor para o Brasil. O estudo indica que, até 2037, o país poderá demandar até 4,1 bilhões de litros de etanol para SAF, considerando as metas de mistura previstas na legislação em tramitação.

O relatório, conduzido por Andy Duff, chefe de pesquisa em alimentação e agronegócio para a América do Sul do Rabobank, destaca que, no curto e médio prazo, as rotas de produção baseadas em matérias-primas convencionais de primeira geração e biocombustíveis continuarão sendo as principais opções para o abastecimento das aeronaves. Duff observa que há incertezas significativas em relação ao avanço do SAF, especialmente no que diz respeito às tecnologias e matérias-primas que se destacarão em termos de custo e intensidade de carbono.

Com a crescente demanda global por SAF, os produtores de etanol brasileiros estão atentos às novas oportunidades para o biocombustível, seja este produzido a partir da cana-de-açúcar ou do milho. O relatório integrou previsões sobre o desenvolvimento do mercado de aviação no Brasil com o cronograma de mistura de SAF estipulado no projeto de lei Combustível do Futuro, atualmente em tramitação no Senado.

Com base nessas estimativas, Duff projetou o volume potencial de etanol necessário para atender às metas estabelecidas. Em 2027, com a meta de 2% de mistura, a demanda por etanol seria de 270 milhões de litros. Já em 2037, com a meta de 16%, a necessidade seria de 3,45 bilhões de litros. Considerando uma possível aceleração do crescimento do PIB brasileiro, esse número pode alcançar até 4,1 bilhões de litros em 2037.

Duff ressalta que estas são apenas previsões e que o volume exato de SAF à base de etanol necessário dependerá da intensidade de carbono do biocombustível utilizado.