Etanol

Ação federal deve dar impulso à bioenergia

Carente de boas notícias há algum tempo, o setor sucroenergético brasileiro ganhou novo estímulo com o anúncio de que o governo federal pretende, a partir de maio, elevar de 20% para 25% a mistura de etanol na gasolina


Publicado em: 15/02/2013 às 16:10hs

Ação federal deve dar impulso à bioenergia

A medida tem tudo para melhorar as condições do setor e beneficiar toda a cadeia produtiva, hoje formada por 450 usinas de açúcar e álcool, 80 mil fornecedores de cana, quatro mil indústrias de máquinas, equipamentos e logística, com 2,5 mil trabalhadores, segundo dados da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
 
Na avaliação do presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br), Antônio Eduardo Tonielo Filho, o etanol é a solução para o Brasil.
 
"Há muito tempo alertamos o poder público da necessidade de unir forças, no sentido de ampliar as políticas de incentivo. Com a medida anunciada pelo ministro Edson Lobão, a tendência é melhorar o cenário para um setor que há dois anos vem amargando prejuízos", afirma.
 
O Brasil lidera a produção e a exportação de açúcar, além de ser o segundo maior produtor mundial de etanol. De acordo com o terceiro levantamento de cana-de-açúcar da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em dezembro, a safra deve alcançar 23,62 bilhões de litros. Deste total, 9,66 bilhões de litros serão de etanol anidro, e 13,96 bilhões de litros serão de etanol hidratado.
 
Petrobras tem prejuízo

Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustível (PBio), não estava presente entre os diretores da estatal, ontem pela manhã, na divulgação dos resultados financeiros do quarto trimestre de 2012 e de todo o ano passado.
 
A atual presidente, Graça Foster, também não deu muita atenção, em sua apresentação, ao prejuízo crescente da subsidiária que cuida dos negócios de etanol e biodiesel. O destaque da coletiva com a imprensa foi o resultado geral da companhia, que apresentou queda de 36% do rendimento de 2011 para 2012.

Para a PBio o ano terminou com uma perda recorde: R$ 218 milhões, 39% a mais do que o registrado em 2011.
 
O de 2012 foi o quarto ano seguido em que as contas da PBio fecharam o ano no vermelho. Para agravar ainda mais a situação, os maus resultados da subsidiária da Petrobras têm sido crescentes. Desde 2009, as perdas mais que dobraram.

A origem deste prejuízo está mais relacionada com etanol do que com biodiesel. A estatal informa que o impacto maior no saldo negativo de R$ 218 milhões foi causado pelas perdas em "investidas do setor de etanol, além do aumento das despesas com pesquisa e desenvolvimento".
 
De acordo com o balanço anual estas despesas com pesquisa e desenvolvimento foram de R$ 67 milhões.
 
As vendas dos produtos, que incluem etanol e biodiesel, somaram R$ 50 milhões de prejuízo: foram gastos R$ 945 milhões em sua fabricação, mas o montante obtido com sua venda gerou apenas R$ 895 milhões.
 
Este resultado indica que até Petrobras Bicombustível sentiu o impacto da falta de reajuste no preço da gasolina no período.
 
 Lado bom  

Há pelo menos um ponto positivo. Comparando os resultados do quarto e do terceiro trimestre do ano, houve uma melhora considerável no faturamento da empresa. No último trimestre do ano passado, o prejuízo foi de R$ 17 milhões - bem menos que os R$ 44 milhões perdidos no 3º trimestre de 2012 ou os R$ 40 milhões negativos do 4º trimestre de 2011.
 
As vendas da subsidiária também deram um salto: em 2011, a PBio faturou R$ 535 milhões, e no ano passado as vendas alcançaram R$ 895 milhões.
 
 Abastecimento  

Se a defasagem do preço da gasolina no ano passado prejudicou a área de biocombustíveis em algumas dezenas de milhões, o segmento de abastecimento sentiu com muito mais força o problema. A área teve um prejuízo astronômico: R$ 22,9 bilhões.

Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria

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