Publicado em: 01/11/2024 às 10:35hs
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acredita que há condições para elevar, em curto prazo, o percentual de etanol anidro na gasolina tipo C de 27% para 30% (E30). "Acredito que, em poucos meses, temos capacidade de introduzir o E30 no mercado de forma efetiva. O E30 está mais próximo do que o E35 em relação à viabilidade de implantação," afirmou Henry Joseph Junior, diretor de Sustentabilidade e de Parcerias Estratégicas e Institucionais da Anfavea. A declaração foi feita durante um workshop promovido pelo Ministério de Minas e Energia para discutir a regulamentação da Lei do Combustível do Futuro, nesta quinta-feira.
Com a recente sanção da Lei do Combustível do Futuro pelo governo, que permite o aumento do teor máximo de etanol anidro na gasolina tipo C para até 35% (E35), Anfavea vê o E30 como um passo intermediário estratégico. A lei 14.993/2024 prevê elevação tanto do teor máximo quanto do mínimo obrigatório de etanol na gasolina, condicionada à regulamentação técnica e à avaliação de viabilidade pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
A introdução do E30, porém, depende de testes técnicos para confirmar sua viabilidade, uma vez que os testes realizados em 2014 incluíam a margem de erro para 27% (E27), cobrindo até 30% de etanol na mistura. Joseph Junior afirmou que é necessário realizar estudos complementares, mas vê o processo como relativamente simples.
Além disso, tanto a Anfavea quanto a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) destacaram a importância de testes de rodagem em condições reais. Segundo Joseph Junior, uma abordagem realista considera que, atualmente, há cerca de 7 milhões de veículos movidos a gasolina, sendo que 4,5 milhões têm mais de 16 anos e podem ser mais suscetíveis a problemas com a nova mistura.
Joseph Junior também sugeriu que o etanol hidratado seja incluído nas tecnologias para descarbonização, como alternativa relevante para uma frota mais limpa. "Precisamos pensar em incentivos maiores ao etanol hidratado. Sei que é um tema delicado, mas não podemos ignorá-lo como uma possibilidade para ajudar na descarbonização," finalizou.
Fonte: Portal do Agronegócio
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