No quinto programa da série especial do TV BrasilAgro, que mostra a crise e os caminhos para a retomada dos investimentos na cadeia produtiva sucroenergética – que vai ao ar neste próximo domingo pela STZ TV e estará disponibilizado no www.brasilagro.com.br a partir da tarde desta próxima segunda-feira – o entrevistado é o empresário Erasmo Carlos Battistella, presidente da APROBIO – Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil.

Ele faz um minucioso balanço das atividades do setor que, oficialmente, ganhou impulso a partir do anúncio em dezembro de 2004 do Plano Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Com efeito, foi em abril de 2003, no Hotel JP em Ribeirão Preto, em evento promovido em parceria pelo BrasilAgro e pela Facioli Consultoria que, pela primeira vez, o assunto biodiesel foi tratado publicamente.

Poucos dias depois, novamente com apoio do BrasilAgro, foi promovido o 1º Congresso Internacional do Biodiesel, também em Ribeirão Preto, que criou as condições e ambiente favorável para que o presidente Lula anunciasse, formalmente, o programa de biodiesel ‘verde-amarelo’.

Com a chegada de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto os produtores de biodiesel, a exemplo dos de etanol, passaram a conviver com incertezas e hoje as indústrias do setor operam com capacidade ociosa em torno de 50%. O que é, convenhamos, uma aberração.

Logo no início, erroneamente, os marqueteiros e estrategistas em comunicação do governo e, principalmente, da Petrobras, apostaram na mamona como matéria-prima para a produção de Biodiesel. Hoje o biocombustível é sustentado majoritariamente na soja como matéria-prima principal mas também já aparecem o sebo animal e, em menor número, outras culturas agrícolas como a canola e o pinhão-manso.

À frente do comando da Aprobio, com sede em São Paulo, Erasmo Carlos Battistella inovou ao criar a Frente Parlamentar em Defesa do Biodiesel, formada por mais de 300 parlamentares (entre senadores e deputados federais) e encaminhar para a Casa Civil do Palácio do Planalto, o marco regulatório do setor.

Se considerarmos que o ProÁlcool foi lançado em 1975, enquanto o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel em 2004, fica clara a diferença entre o estilo e a competência de gestão dos produtores de biodiesel com os de etanol. Na entrevista ao TV BrasilAgro, o presidente da Aprobio defende maior integração entre os produtores de biocombustíveis.

A audiência pública promovida nesta última quinta-feira no Senado Federal se constituiu em mais um evento ‘chapa-branca’, daqueles que une o nada ao lugar algum. Como tem ensinado o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, “tudo o que o governo quer para não atender a demanda dos produtores é que eles se apresentem divididos”.

Pena, pois esta poderia ter sido uma boa oportunidade para se mostrar o tamanho e a importância estratégica da cadeia produtiva do setor, conceito sempre rejeitado, estranhamente, pelas lideranças dos produtores de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade.