O presidente da APROBIO, Erasmo Battistella, fez palestra ontem (24/9) na Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (SERGS), em Porto Alegre, onde apresentou uma radiografia do setor de biodiesel para uma seleta plateia de associados.

Ao lado do deputado federal Jerônimo Goergen, presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, e do presidente da SERGS, Sérgio Zimermann, ele afirmou que a produção do combustível verde agregou, de 2008 ao ano passado, mais de R$ 12 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, e gerou 86.112 empregos, incluindo a agricultura familiar.

Os dados são de estudo que a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da Universidade de São Paulo (USP) acaba de concluir para a APROBIO. Segundo o levantamento, nos mesmos quatro anos o biodiesel fez a balança comercial brasileira economizar R$ 11,5 bilhões em importação de diesel mineral.

A produção do biodiesel gerou, ainda, R$ 14,1 bilhões no aumento da produção de farelo de soja. Também no mesmo período, a redução de emissão de gás carbônico pela presença de biodiesel no diesel fóssil foi de 11,8 milhões de toneladas.

Erasmo citou, também, estudo da Fundação Getúlio Vargas, de 2010, abordando outros benefícios ambientais do biocombustível, como a emissão de 57% a menos de gases poluentes que o diesel fóssil, que resultam em melhoria da saúde humana e, portanto, na redução de internações por problemas respiratórios e até mesmo mortes. Com isso, reduzem-se os gastos com saúde pública, pois os hospitais podem priorizar atendimentos de emergência.

Falando para uma plateia de engenheiros, o presidente não deixou de destacar os investimentos da indústria para atender às novas especificações técnicas para o biodiesel, definidos pela Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis.

Com base nesse panorama, o deputado Goergen falou das tratativas da Frente Parlamentar com o governo federal para que seja encaminhado ao Congresso Nacional o novo marco regulatório do setor, prevendo o futuro do seu mercado no país.

O parlamentar informou que o novo marco já está pronto, pendente apenas de vontade política do governo para colocar para análise do Legislativo como será a produção de biodiesel no Brasil nos próximos anos.

Na projeção da FIPE, se a atual mistura de 5% de biodiesel no diesel subir para 7%, a geração de empregos será de 132.642 postos de trabalho, com R$ 13,4 bilhões somados ao PIB. Com 10% de biodiesel adicionados ao derivado de petróleo, serão gerados até 204,6 mil empregos e agregados R$ 20,7 bilhões ao PIB. E com 20%, os empregos criados serão de quase 460 mil, com R$ 47,3 bilhões a mais no PIB.