Publicado em: 26/12/2023 às 20:00hs
No último dia 19 de dezembro, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) anunciou a antecipação do cronograma de aumento da mistura obrigatória de biodiesel, inicialmente previsto para atingir o B15 (15% de mistura) em 2026, com acréscimo de 1% ao ano a partir de 2023. A partir de março de 2024, o mandato para esse ano será de 14%, elevando-se em relação à previsão anterior de 13% estabelecida em março de 2023. Além disso, a mistura obrigatória alcançará 15% a partir de março de 2025, antecipando o cronograma anunciado no início do ano.
Na mesma reunião, o CNPE decidiu suspender a regulamentação das importações de biodiesel, proposta pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em novembro de 2023. O conselho pretende realizar estudos de viabilidade para avaliar a entrada de biodiesel estrangeiro no país.
Com base no histórico da ANP e nas estimativas até novembro de 2023, projetamos a produção de biodiesel até o final de 2023 e para o ano de 2024, levando em consideração o novo mandato. Antecipamos uma produção recorde de 9 bilhões de litros de biodiesel em 2024, impulsionada por um crescimento de 2% no consumo de diesel até outubro de 2023, além das projeções para os últimos meses do ano.
Em 2023, a demanda por óleo de soja foi impulsionada pela indústria de biodiesel, representando cerca de 70% das matérias-primas utilizadas na produção do biocombustível no Brasil. Até novembro de 2023, foram utilizadas 4,5 milhões de toneladas de óleo de soja para a produção de biodiesel.
Considerando as projeções de 9 bilhões de litros de biodiesel em 2024, estimamos um aumento de 1 milhão de toneladas no consumo de óleo de soja em comparação com 2023. Isso demandaria um acréscimo de 5 milhões de toneladas no consumo de soja em grão para atender à indústria de biodiesel.
Embora tenhamos atualizado nossas estimativas para a safra de soja 2023/24 para 153 milhões de toneladas, acreditamos que os níveis de esmagamento não serão reduzidos em relação a 2023. A Associação Brasileira de Óleos Vegetais (ABIOVE) projeta o processamento de 54,5 milhões de toneladas de soja em 2024, garantindo uma oferta de 11 milhões de toneladas de óleo no mercado doméstico.
Além disso, prevemos uma redução nas exportações de soja em grãos e óleo em relação a 2023. A possível retomada da Argentina ao mercado de derivados, a normalização da oferta internacional de óleo de soja e o aumento do consumo interno tornam o mercado doméstico mais atrativo, limitando as exportações do óleo de soja.
Fonte: Portal do Agronegócio
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