Publicado em: 01/11/2024 às 11:15hs
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) considera que o aumento obrigatório da mistura de biodiesel ao diesel está mais próximo de alcançar a marca de 20% (B20) do que de 25% (B25). Atualmente, o índice em vigor é de 14%, e deverá subir para 15% em março de 2025, conforme o novo marco regulatório de biocombustíveis.
Durante um workshop sobre a regulamentação da Lei do Combustível do Futuro, promovido pelo Ministério de Minas e Energia, Henry Joseph Junior, diretor de Sustentabilidade e Parcerias Estratégicas e Institucionais da Anfavea, afirmou que o B20 pode ser implementado mais rapidamente, da mesma forma que a mistura de etanol a 30%, antes de se buscar um índice de 35%. Ele mencionou ainda a possibilidade de integrar o biodiesel com outras fontes de biocombustíveis e oxigenadores, como o HVO.
“Precisamos de biocombustíveis que contribuam com a descarbonização, independentemente das rotas. É fundamental mensurar a combinação dessas fontes”, ressaltou Joseph Junior.
A Lei do Combustível do Futuro, sancionada recentemente, estabelece que a mistura de biodiesel ao diesel deverá chegar a 20% até 2030, com a possibilidade de atingir 25% a partir de 2031. Esse aumento progressivo, previsto na Lei 14.993/2024, dependerá da análise de viabilidade técnica e de impacto regulatório, com o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definindo o percentual adequado.
O novo marco dos biocombustíveis tem gerado debates entre os setores energético e do agronegócio, sobretudo em relação à exclusão do diesel coprocessado (diesel R5, que incorpora 5% de combustível renovável ao diesel). Também há exigências por testes adicionais para avaliar o aumento do teor obrigatório de biodiesel no diesel fóssil.
Joseph Junior destacou a importância de se realizar testes técnicos para avaliar a viabilidade da ampliação da mistura, envolvendo consumidores e distribuidores de biocombustíveis. Ele salientou que a nova especificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para biocombustíveis representou um avanço, abordando a qualidade do biodiesel de forma mais completa e mitigando preocupações relacionadas a testes.
Para o executivo da Anfavea, os testes deverão considerar não apenas o volume de biodiesel, mas também a localização e a concentração dos ensaios realizados, de modo a garantir uma análise precisa e representativa da qualidade e eficácia do combustível.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias