Biodiesel

Aumento da Mistura de Biodiesel Pode Dobrar Esmagamento de Oleaginosas, Afirma Abiove

A elevação da mistura de biodiesel no diesel para 25% impulsionaria o setor de oleaginosas e agregaria valor à cadeia produtiva, segundo o presidente da Abiove


Publicado em: 17/10/2024 às 11:50hs

Aumento da Mistura de Biodiesel Pode Dobrar Esmagamento de Oleaginosas, Afirma Abiove

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, afirmou que o aumento da mistura de biodiesel no diesel para até 25%, conforme previsto na Lei do Combustível do Futuro, tem o potencial de dobrar o esmagamento de oleaginosas no Brasil, em resposta à demanda crescente. A avaliação foi apresentada durante a Conferência BiodieselBr, realizada ontem (14), em São Paulo.

"Estamos falando de duplicar a capacidade de esmagamento de oleaginosas no País. Acredito que a indústria de processamento de soja possa crescer em ritmo semelhante ou até superior ao próprio crescimento da soja no Brasil", destacou Nassar.

De acordo com ele, essa elevação na mistura de biodiesel representaria um impulso significativo para o setor, que precisará se adaptar para atender à maior demanda por óleos vegetais, inclusive no uso de combustíveis sustentáveis, como o diesel verde (HVO) e o combustível sustentável para aviação (SAF). "Esse cenário proporciona um estímulo importante para a indústria de processamento de oleaginosas", acrescentou Nassar.

Nassar também abordou a possibilidade de o Brasil ter que importar óleos vegetais, dependendo da evolução do mercado, afirmando que "faria mais sentido importar óleos vegetais do que biodiesel". Esse movimento, segundo ele, abriria novas oportunidades para a industrialização da soja no Brasil, agregando mais valor à cadeia produtiva.

Ele ressaltou que o processamento de soja no Brasil agrega 40% mais valor à produção em comparação com a exportação do grão in natura. "Ao exportar a soja, adicionamos R$ 1.000 por tonelada. Quando processamos essa soja, o valor agregado sobe para R$ 1.400 por tonelada", explicou.

Outro ponto de destaque mencionado por Nassar foi o impacto positivo para a indústria de proteína animal, que se beneficiaria do aumento da produção de farelo de soja, um dos principais insumos para a alimentação animal. "O farelo de soja e a indústria de proteína animal serão os grandes beneficiados desse processo", afirmou.

Por fim, o presidente da Abiove alertou para a necessidade de cautela diante do crescimento projetado. "Somos uma indústria que trabalha com responsabilidade. Precisamos gerenciar esse crescimento de maneira inteligente, garantindo ao governo e ao consumidor que manteremos um padrão de qualidade ainda melhor do que o atual", concluiu.

Fonte: Portal do Agronegócio

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