Publicado em: 13/12/2024 às 10:35hs
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, de forma unânime, elevar a taxa Selic para 12,25% ao ano, com um aumento de 100 pontos-base (p.b.), superando as expectativas do mercado, que apontavam para um ajuste de 75 p.b. Essa análise foi destacada pelo Rabobank em seu estudo sobre o panorama macroeconômico brasileiro, intitulado “Copom mais hawkish que o esperado”, elaborado pelos especialistas Maurício Une e Renan Alves.
As expectativas de inflação projetadas pelos agentes econômicos mostraram deterioração em diversos horizontes temporais. Para 2024, a projeção subiu de 4,6% na reunião anterior para 4,8%. Para 2025, houve aumento de 4,0% para 4,6%. O mesmo movimento foi observado no segundo trimestre de 2026, com a projeção passando de 3,8% para 4,1%, e até mesmo em 2027, onde o índice foi ajustado de 3,5% para 3,6%.
O Copom incorporou essas perspectivas ao elevar sua projeção de inflação para o horizonte relevante da política monetária (2º trimestre de 2026) para 4,0%, um aumento de 30 p.b. em relação à reunião de novembro e 100 p.b. acima da meta. Isso, mesmo considerando as expectativas de mercado de que a Selic atinja 13,75% até maio de 2025 e permaneça estável no segundo semestre do mesmo ano.
Com base na postura mais rígida (hawkish) adotada pelo Copom, o Rabobank agora prevê que a taxa Selic alcance 15,00% em 2025, superior à projeção anterior de 13,00%. Essa perspectiva inclui duas elevações de 100 p.b., seguidas por um ajuste de 50 p.b. na reunião de maio de 2025 e um último incremento de 25 p.b. em junho de 2025.
Os especialistas destacam que cortes na taxa de juros só devem ocorrer a partir de 2026, caso as expectativas de inflação comecem a convergir para a meta de 3,0% definida pelo Banco Central.
A divulgação da ata desta reunião, prevista para a próxima terça-feira, e do Relatório de Inflação do 4º trimestre de 2024, na quinta-feira, trará detalhes adicionais sobre a postura do Banco Central. Esses documentos devem revelar a lógica por trás das decisões do Copom, incluindo sua análise das condições econômicas e os fatores que influenciam as expectativas de inflação.
A análise do Rabobank destaca que a postura do Copom reflete uma preocupação crescente com o cenário inflacionário, reforçando uma política monetária mais restritiva para conter os riscos à estabilidade econômica.
Fonte: Portal do Agronegócio
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