Mercado Financeiro

Movimentação intensa no mercado de milho: desafios e perspectivas

Paraná se aproxima do fim do plantio da safrinha


Publicado em: 28/03/2025 às 11:10hs

Movimentação intensa no mercado de milho: desafios e perspectivas

As vendas de milho já ultrapassam 55% da produção no Rio Grande do Sul, conforme informações da TF Agroeconômica. "As dificuldades na aquisição do grão, já perceptíveis em outros estados, começam a surgir também no Rio Grande do Sul. Os armazenadores comercializam o produto à medida que os produtores realizam suas vendas. Atualmente, mais de 55% da safra estadual já foi negociada. Os preços variam entre R$ 75,00 e R$ 80,00 no interior para abril. Em Panambi, os valores mantiveram-se em R$ 69,00 por saca", destaca o relatório.

Em Santa Catarina, o mercado segue travado, pois os agricultores estão focados na colheita da soja, adiando as negociações de milho. "A comercialização do milho deve continuar enfrentando dificuldades enquanto os produtores mantiverem sua atenção na soja. Uma melhora pode ocorrer com a colheita do milho safrinha ou com uma definição de preços mais competitivos nos próximos dias. No porto, os valores observados foram de R$ 72,00 para entrega em agosto e pagamento em 30 de setembro, e R$ 73,00 para entrega em outubro, com pagamento previsto para 28 de novembro", acrescenta o relatório.

No Paraná, o plantio do milho safrinha está próximo de ser concluído. "O mercado paranaense apresenta um cenário semelhante ao de Santa Catarina. A colheita da soja tem mantido os produtores ocupados, limitando a comercialização do milho no momento. Os preços variam conforme o tipo de negociação: para retirada imediata, em março de 2025, o valor é de R$ 80,00 por saca (FOB) na região dos Campos Gerais", informa a TF Agroeconômica.

No Mato Grosso do Sul, o plantio segue atrasado. "As cotações de milho no estado hoje foram as seguintes: em Dourados, o preço para o comprador é de R$ 75,00 por saca, enquanto o valor para o vendedor chega a R$ 78,00. Em São Gabriel do Oeste, os compradores pagam R$ 72,00 por saca, e os vendedores pedem R$ 76,00. A diferença nos valores reflete a oferta local e a dinâmica de negociação entre compradores e vendedores", conclui o relatório.

Cotações em baixa na B3 e em Chicago

O milho na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3) encerrou o dia em baixa, com os preços no mercado físico perdendo força, segundo a TF Agroeconômica. "As cotações na B3 conseguiram interromper a sequência de quedas dos últimos dias. No entanto, a rápida desvalorização na bolsa não foi acompanhada pelo mercado físico, que ainda apresenta uma grande diferença entre os preços praticados no dia a dia e os contratos futuros", observa a análise.

Um corretor paulista relata que os últimos dois dias foram de bons negócios, o que pode explicar os ajustes, mas alerta que os compradores estiveram ausentes nesta quinta-feira. "Com o avanço do acesso ao milho de verão, que atende parte da demanda inicial, espera-se que os preços do mercado físico e dos contratos futuros se alinhem nos próximos dias", avalia o especialista.

Os contratos para maio de 2025 fecharam a R$ 77,47, com alta de R$ 0,49 no dia, mas queda de R$ 2,86 na semana. O vencimento de julho/25 encerrou a R$ 72,34, avançando R$ 0,50 no dia, mas recuando R$ 0,52 na semana. Já o contrato para setembro/25 foi negociado a R$ 71,66, com alta de R$ 0,39 no dia e queda de R$ 0,50 na semana.

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o milho registrou leve baixa, apesar do volume de notícias desfavoráveis. "O contrato de maio, referência para a safra de verão brasileira, fechou com desvalorização de 0,28%, ou US$ 1,25 cent/bushel, a US$ 450,00. O vencimento de julho teve queda de 0,22%, ou US$ 1,00 cent/bushel, a US$ 458,00", informa o relatório.

Mesmo com notícias adversas, as cotações do cereal encontraram suporte e fecharam em leve baixa. "A demanda pelo milho norte-americano pode ser impactada nos próximos meses, devido à imposição de tarifas sobre países parceiros e restrições a navios chineses. Esse cenário já resultou em uma queda de 31% nas vendas de milho para exportação na comparação semanal", conclui a análise.

Fonte: Portal do Agronegócio

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