Publicado em: 03/04/2025 às 10:50hs
O iuan atingiu seu patamar mais baixo em sete semanas nesta quinta-feira, enquanto os mercados acionários da China registraram perdas significativas. O movimento ocorre após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma nova rodada de tarifas recíprocas, com impacto direto sobre a economia chinesa e seus principais parceiros comerciais.
Apesar de os investidores já esperarem a adoção dessas tarifas ao longo da última semana, as medidas implementadas por Washington superaram as projeções iniciais e se mostraram mais severas do que o antecipado.
As importações chinesas passaram a enfrentar uma taxação de 34%, que se soma aos 20% já aplicados anteriormente, elevando o total para 54%. Além disso, países da cadeia de suprimentos da China, como Vietnã, Camboja e Laos, foram fortemente impactados, com tarifas variando entre 46% e 49%.
Diante do cenário de incerteza, os principais índices da China fecharam em queda. O índice de Xangai recuou 0,24%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,59%, atingindo seu menor nível em dois meses. Já o Hang Seng, de Hong Kong, sofreu uma retração mais expressiva, com baixa de 1,52%.
"O aumento das tarifas foi mais agressivo do que o mercado esperava, por isso a reação inicial deve ser uma intensificação da aversão ao risco", avaliou Lynn Song, economista-chefe do ING para a Grande China.
Especialistas também acompanham a postura da China em relação ao iuan, analisando se Pequim tomará medidas para conter sua desvalorização e evitar impactos mais amplos nos mercados emergentes.
O iuan onshore encerrou a sessão cotado a 7,3043 por dólar, atingindo o menor nível desde 12 de fevereiro, enquanto o iuan offshore registrou uma nova mínima de um mês. Bancos estatais chineses teriam atuado comprando iuanes, e o Banco do Povo da China fixou a taxa do ponto médio acima das estimativas de mercado, em um esforço para conter a depreciação da moeda.
Apesar dessas intervenções, a moeda já perdeu grande parte dos ganhos acumulados no ano ao longo do último mês, mesmo com as tentativas do banco central chinês de estabilizá-la por meio de ajustes em seus índices de referência diários.
Além da China, outros mercados da região também sentiram os reflexos das tarifas norte-americanas:
O cenário reforça a crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, ampliando a volatilidade nos mercados globais e elevando a incerteza sobre os desdobramentos da disputa tarifária.
Fonte: Portal do Agronegócio
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