Publicado em: 19/11/2024 às 18:40hs
Os preços do açúcar bruto registraram uma leve recuperação no início desta semana, após uma entrega reduzida de açúcar branco influenciar positivamente o mercado. Apesar de pressões relacionadas a fatores macroeconômicos e aumento na oferta global, restrições na disponibilidade brasileira podem sustentar os preços no futuro, segundo relatório da Hedgepoint Global Markets.
Na semana passada, os preços do açúcar bruto sofreram queda devido à combinação de dólar fortalecido, desvalorização do real, chuvas no Centro-Sul do Brasil e uma moagem acima do esperado, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). "Mesmo assim, nossas projeções permanecem otimistas, com estimativas de 610 milhões de toneladas de cana processada, apesar de uma ligeira redução no mix de açúcar, de 48,2% para 48,1%," afirmou Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint.
A produção total de açúcar no ciclo 2024/25 é projetada em 39,7 milhões de toneladas, mesmo com o encerramento das operações em diversas usinas.
A menor demanda por açúcar branco, associada à alta produtividade da beterraba na Europa e à expectativa de maior oferta na Tailândia e na Índia em 2024/25, contribuiu para pressionar os preços. "Esses países concentram a produção no açúcar branco, e um aumento na oferta pode equilibrar os fluxos comerciais globais desse tipo de açúcar," explica a analista.
Esse equilíbrio levou à redução do prêmio do açúcar branco, impactando decisões de refinarias e enfraquecendo a demanda. No Brasil, prêmios à vista para o açúcar bruto no porto de Santos registraram queda, comportamento atípico para o período de entressafra do Centro-Sul.
A entrega reduzida de açúcar branco em dezembro, com apenas 191 mil toneladas (menor volume recente para o mês), trouxe um viés altista ao mercado. Esse movimento influenciou a curva de preços do açúcar branco, que voltou à inversão, beneficiando também o açúcar bruto, com uma recuperação superior a 3% na primeira sessão desta semana.
No entanto, rumores sobre estoques elevados em refinarias e a persistente força do dólar continuam limitando a alta dos preços. "Apesar disso, a oferta brasileira será um fator determinante para o mercado, especialmente durante a entressafra, quando as restrições na disponibilidade poderão sustentar os valores," conclui Coda.
As movimentações reforçam o papel do Brasil como protagonista no equilíbrio global do mercado de açúcar, enquanto os players monitoram os desdobramentos climáticos e econômicos nos principais países produtores.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias