Mercado Financeiro

Fundo de crédito do Pine emite R$ 571 milhões

O Banco Pine acertou a captação de R$ 571,4 milhões por meio de um fundo de investimentos em direitos creditórios (Fidc), baseado em recebíveis da cadeia do agronegócio e com prazo de cinco anos


Publicado em: 19/09/2013 às 15:30hs

Fundo de crédito do Pine emite R$ 571 milhões

O Rabobank, cuja atuação é voltada ao setor agropecuário, adquiriu a totalidade das notas seniores do fundo, num investimento de R$ 400 milhões. A remuneração será de CDI mais 1,67% ao ano. O Pine ficou com as cotas subordinadas.

A captação foi baseada na instrução 476 da Comissão de Valores Mobiliários, com esforços restritos. O fundo foi protocolado anteontem e obteve nota A.br da agência de rating Fitch.

Embora o Fidc tenha prazo de cinco anos, os créditos que compõem a carteira poderão ter prazos menores e ser substituídos por outros ao longo desse período.

"A operação está inserida na estratégia do banco, que tem um quarto de sua carteira de crédito relacionada ao agronegócio", afirmou Norberto Zaiet, vice-presidente de negócios do Pine.

A complementaridade entre as operações dos dois bancos foi o principal atrativo para o Rabobank, afirmou o diretor-executivo e chefe de finanças corporativas da instituição no Brasil, Gustavo Oubinha. "Temos originação principalmente em dólares, e o Pine é mais forte em reais", destacou.

Segundo ele, o prazo de cinco anos e o tamanho do aporte mostram o apetite do Rabobank por investimentos com esse perfil.

De acordo com os executivos, as conversas sobre o desenho do fundo levaram um ano. O Fidc poderá investir em instrumentos típicos da agroindústria, como certificados de direito creditório do agronegócio (CDCA) e cédulas do produto rural (CPR), além de debêntures, cédulas de crédito bancário (CCB) e notas de crédito de exportação (NCE).

Além de segmentos ligados diretamente à produção agropecuária, também podem fazer parte do fundo créditos de setores como varejo de alimentos, bebidas, energias renováveis e tradings.

Para Zaiet, a captação permitirá aumentar as operações do Pine nesses setores e, ao mesmo tempo, poderá gerar negócios para a mesa de derivativos de commodities da instituição. A carteira de crédito do banco Pine somava R$ 8,43 bilhões em junho.

Nos últimos anos, o Pine vem tentando diversificar fontes de financiamento. As operações mais recentes no mercado, ambas em 2012, foram a captação de R$ 313 milhões em letras financeiras e de US$ 72 milhões com a emissão de bônus no mercado chileno.

"Estamos com níveis de funding confortáveis, com cerca de 40% dos depósitos em caixa. Por isso, buscamos diversificar mercados e bolsões de investidores", disse Zaiet.

Na semana passada, a agência Moodys elevou as notas do Pine. No entanto, ponderou que a instituição tem risco de crédito mais concentrado que outros bancos. Os ratings de depósito de longo prazo em escala global e moeda local foram elevados de Ba1 de Ba2.

Fonte: Canal do Produtor

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