Publicado em: 19/09/2013 às 18:40hs
Ben Bernanke, presidente do Fed, disse que os sinais emitidos pela economia americana não são sólidos o suficiente para a redução das compras de títulos, feitas à base mensal de US$ 85 bilhões. A postergação abre chances para um período de reacomodação dos preços dos ativos, sinalizado nesta quarta, por exemplo, pela forte queda de 2,92% do dólar diante do real, que fechou a R$ 2,1940.
Incerteza futura - A alta dos juros americanos, provocada pela iminência do fim do relaxamento monetário, foi, segundo a ata do Fed, um dos motivos de incerteza futura - se mantida, ela poderá desacelerar a economia e a criação de empregos. Mas, nesta quarta, o rendimento dos títulos do Tesouro de dez anos caíram para 2,6%, depois de terem quase dobrado desde maio (de 1,6% para 2,9%). Esse recuo sinaliza, dentro de certos limites, que haverá uma inversão dos movimentos observados desde 21 de maio, quando Bernanke mencionou a possibilidade de fim do afrouxamento monetário.
Câmbio - O alívio pode ser bem-vindo para o Brasil, especialmente na área cambial. As expectativas mais pessimistas sumiram do cenário e um teto menor de desvalorização significará um repasse frouxo da variação cambial aos preços, que se afigurava perigoso diante de uma inflação que resiste a sair da casa dos 6%.
Mudança de humor - Após a instabilidade dos últimos meses, já se nota mudança no humor dos investidores. O fluxo financeiro está positivo em US$ 382 milhões no mês, até o dia 13, confirmando o que tem sido observado recentemente nas mesas de operação: aumento do ingresso de recursos externos para renda fixa, estimulado pela alta dos juros domésticos, e para a bolsa, que ontem subiu 2,64% e chegou aos 55.702 pontos. O desafogo na tensão dos mercados potencializa a melhoria das expectativas sobre a economia real. Indicadores antecedentes e dados parciais da atividade em agosto e setembro parecem afastar o temor de que a economia vá desabar no 3º trimestre.
Fonte: Ocepar
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