Publicado em: 28/02/2025 às 08:30hs
O Drex, a versão digital do real regulamentada pelo Banco Central (Bacen), tem previsão de lançamento para 2027 e promete revolucionar o sistema financeiro do Brasil. A nova moeda digital trará avanços como rastreamento instantâneo de transações, contratos automatizados e maior eficiência nas operações financeiras. No entanto, também levanta preocupações sobre segurança de dados e privacidade dos usuários.
O Drex será uma representação digital do real, baseada na tecnologia de registro distribuído (DLT). Diferente das criptomoedas tradicionais, como Bitcoin e Ethereum, a nova moeda será lastreada e regulada pelo Banco Central, garantindo que cada unidade digital mantenha o mesmo valor do real físico. Seu objetivo é facilitar transações eletrônicas e tornar o sistema financeiro mais acessível e eficiente.
O advogado tributarista Ariel Franco destaca que o Drex permitirá ao governo acompanhar, em tempo real, todas as movimentações financeiras dos cidadãos. “Com essa tecnologia, todas as transações realizadas serão automaticamente registradas e acessíveis pelo governo, incluindo valores, locais, formas de pagamento e detalhes de cada operação. Se compararmos com o Pix, a rastreabilidade do Drex será ainda mais ampla e detalhada”, explica.
A implementação da moeda digital também deve facilitar transações complexas, como compra e venda de imóveis, por meio de contratos inteligentes que automatizam processos burocráticos, minimizando fraudes e garantindo maior segurança jurídica. “Hoje, uma transação imobiliária envolve diversos intermediários e custos burocráticos. Com os contratos automatizados, esses processos podem se tornar mais ágeis e seguros”, detalha Franco.
Além disso, o Drex poderá ampliar o acesso ao crédito e a outros serviços financeiros, beneficiando brasileiros que atualmente encontram barreiras para utilizar soluções bancárias digitais.
Apesar das vantagens, especialistas alertam que a rastreabilidade total das transações pode comprometer a privacidade dos usuários, tornando essencial a adequação do Drex à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Franco ressalta que o principal desafio será garantir que esse monitoramento não se transforme em um mecanismo de vigilância excessiva. “A tecnologia já é viável, mas o grande debate agora é como equilibrar inovação e proteção dos direitos individuais”, pontua.
O Banco Central já iniciou testes-piloto do Drex em 2025, e a previsão é que a moeda digital entre em operação oficial em 2027. A instituição aposta na tecnologia como um marco para a modernização econômica do Brasil, garantindo que o sistema financeiro esteja alinhado às tendências globais de digitalização monetária.
A transição para o Drex demandará adaptações por parte de empresas, instituições financeiras e consumidores, além de um acompanhamento legislativo rigoroso para assegurar que a nova moeda traga benefícios sem comprometer a autonomia financeira e a privacidade dos cidadãos.
A chegada do Drex reforça a necessidade de discussões aprofundadas sobre inovação e regulação financeira, buscando o equilíbrio entre avanço tecnológico e proteção dos direitos individuais no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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