Publicado em: 26/11/2024 às 11:08hs
O dólar começou o pregão desta terça-feira (26) em queda, refletindo as expectativas sobre o aguardado anúncio do pacote de cortes de gastos do governo federal e a divulgação de novos dados inflacionários. Na véspera, a moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,8059, com recuo de 0,14%. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou leve queda de 0,07%, fechando aos 129.036 pontos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,62% em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas, que avançou 1,34%.
O resultado superou significativamente as expectativas do mercado, que projetavam um aumento de 0,48%.
Por volta das 9h50, o dólar registrava queda de 0,16%, sendo negociado a R$ 5,7965. Na segunda-feira, a moeda acumulou uma desvalorização de 0,14% na semana, alta de 0,43% no mês e avanço de 19,65% no ano.
Enquanto isso, o Ibovespa, que inicia os negócios às 10h, acumulou na segunda-feira recuos de 0,07% na semana, 0,52% no mês e 3,84% no ano.
O foco do mercado financeiro brasileiro segue no cenário fiscal. O governo federal deve anunciar ainda hoje o pacote de corte de gastos, que há semanas vem sendo aguardado pelos investidores. A expectativa inicial era de que as medidas fossem divulgadas logo após o fim do segundo turno das eleições municipais.
Na última sexta-feira (22), foi anunciado um bloqueio adicional de R$ 6 bilhões no Orçamento de 2023, elevando o total de contingenciamentos para R$ 19,3 bilhões nos últimos meses. A medida visa conter o avanço das despesas obrigatórias, como previdência, e equilibrar as contas públicas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o pacote já está finalizado, enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, indicou esforços para aprová-lo ainda este ano no Congresso.
No Boletim Focus divulgado nesta semana, o mercado reduziu ligeiramente a projeção para o IPCA de 2023, de 4,64% para 4,63%. Apesar disso, o índice permanece acima do teto da meta de inflação para o ano, que é de 4,5%, considerando a meta central de 3%.
As estimativas para 2025 e 2026, no entanto, subiram para 4,34% e 3,78%, respectivamente, reforçando as preocupações de investidores sobre o controle inflacionário no médio prazo.
No exterior, o mercado avalia a nomeação de Scott Bessent como secretário do Tesouro no governo de Donald Trump. Analistas acreditam que sua postura poderá ser moderada em relação a tarifas comerciais, o que reduziria os riscos inflacionários nos Estados Unidos.
Além disso, as tensões geopolíticas seguem no radar. O petróleo registrou queda superior a US$ 2 por barril no mercado internacional em meio a expectativas de avanços em um acordo de paz no Oriente Médio, trazendo impactos nos preços de energia globais.
Os próximos dias prometem movimentar o mercado com novos dados e possíveis anúncios de medidas fiscais, que serão determinantes para o desempenho da economia e a confiança dos investidores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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