Publicado em: 07/02/2025 às 10:22hs
O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (7), refletindo a expectativa dos investidores pela divulgação do payroll, o principal indicador sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos. Na sessão anterior, a moeda norte-americana registrou queda de 0,52%, encerrando o dia cotada a R$ 5,7638. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou com alta de 0,55%, alcançando 126.225 pontos.
O comportamento do mercado de trabalho nos EUA é um fator crucial para a política monetária do país. Um mercado aquecido tende a pressionar a inflação, impulsionando o consumo e podendo levar o Federal Reserve (Fed) a manter juros elevados por mais tempo ou até mesmo elevá-los novamente. Esse cenário reforça a valorização do dólar.
No Brasil, a agenda econômica do dia é esvaziada, com destaque para a repercussão das recentes declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista à rádio Cidade nesta sexta-feira, Haddad afirmou que o Banco Central não pode "jogar o país em uma recessão" por meio da política monetária adotada. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou, na semana passada, a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, levando-a a 13,25% ao ano, movimento amplamente esperado pelo mercado diante do avanço da inflação no país.
Por volta das 10h, o dólar registrava alta de 0,14%, cotado a R$ 5,7718. Na véspera, havia recuado 0,52%, encerrando o dia em R$ 5,7638. Com o desempenho recente, a moeda acumula queda de 1,26% na semana, recuo de 6,73% no ano.
O Ibovespa, que inicia suas operações às 10h, fechou a sessão anterior em alta de 0,55%, aos 126.225 pontos. O índice acumula ganho de 0,07% na semana e avanço de 4,94% no ano.
Sem grandes eventos no cenário doméstico, os investidores seguem atentos aos indicadores econômicos dos Estados Unidos e à dinâmica dos fluxos globais de investimento, que têm impulsionado as moedas de mercados emergentes.
Dados divulgados pelo Departamento do Trabalho dos EUA nesta quinta-feira (6) revelaram um aumento de 11 mil nos pedidos semanais de auxílio-desemprego, totalizando 219 mil solicitações. O resultado indica uma desaceleração gradual do mercado de trabalho norte-americano, um fator que o Fed deve considerar ao definir os próximos passos da política de juros. No entanto, a atenção dos investidores está voltada para o payroll, cuja divulgação está prevista para esta sexta-feira.
No cenário geopolítico, as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, continuam a gerar impacto no mercado. Na véspera, o líder republicano afirmou que os Estados Unidos assumiriam o controle da Faixa de Gaza, sugerindo a realocação dos palestinos da região. O pronunciamento, feito ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi amplamente criticado pela comunidade internacional, levando a Casa Branca a esclarecer a posição oficial.
A porta-voz do governo, Karoline Leavitt, destacou que os EUA não planejam enviar tropas à Faixa de Gaza e que qualquer realocação seria temporária. Segundo ela, os Estados Unidos têm interesse em contribuir para a reconstrução da região para garantir sua estabilidade, mas não pretendem financiar diretamente o processo.
As tensões no Oriente Médio reacenderam os temores de um conflito de maiores proporções, o que poderia gerar impactos econômicos significativos, especialmente no setor de energia, dada a relevância da região para a produção e distribuição de petróleo.
Além disso, a escalada de atritos comerciais entre EUA e China segue no radar do mercado. O governo chinês reagiu à imposição de novas tarifas pelo governo Trump, elevando as incertezas sobre o futuro das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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