Publicado em: 18/03/2025 às 10:10hs
O dólar abriu em alta nesta terça-feira (18), com os investidores atentos à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda no Brasil, além das decisões de juros que serão anunciadas na quarta-feira (19) tanto pelo Banco Central brasileiro quanto pelo Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará, às 11h30 no Palácio do Planalto, um projeto de lei que isenta do pagamento do IR pessoas físicas que recebem até R$ 5 mil mensais a partir de 2026. Atualmente, a faixa de isenção está fixada em R$ 2.824.
A previsão do governo é de que a medida tenha um impacto fiscal de R$ 25 bilhões em 2026. Diante desse cenário, os agentes financeiros acompanham de perto as propostas para compensar essa renúncia fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já indicou a possibilidade de criar um imposto mínimo para pessoas físicas com rendimento superior a R$ 600 mil anuais.
Paralelamente, o mercado está de olho nas decisões de juros. No Brasil, a expectativa é de que o Banco Central anuncie um novo aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano, atingindo assim o maior patamar desde o governo Dilma Rousseff. Nos Estados Unidos, o Fed deve manter as taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Juros elevados, por um lado, ajudam a conter a inflação, mas, por outro, podem desacelerar a atividade econômica. Além disso, a política tarifária do ex-presidente norte-americano Donald Trump segue no radar dos investidores, diante dos riscos inflacionários e da possibilidade de uma guerra comercial global.
CâmbioO dólar iniciou o pregão desta terça-feira em alta de 0,36%, cotado a R$ 5,7065 às 9h03. Na segunda-feira (17), a moeda norte-americana recuou 0,99%, encerrando a R$ 5,6863, o menor patamar desde 7 de novembro. Com isso, acumulou queda de 0,99% na semana, recuo de 3,89% no mês e desvalorização de 7,98% no ano.
IbovespaO principal índice da bolsa de valores, o Ibovespa, teve uma sessão positiva na segunda-feira, com alta de 1,46%, atingindo 130.834 pontos, o maior nível desde outubro do ano passado (131.212 pontos). O acumulado do período registra avanço de 1,46% na semana, 6,54% no mês e 8,77% no ano.
A semana é marcada por expectativas sobre a política monetária no Brasil e nos EUA. No Brasil, a taxa Selic deve subir para 14,25% ao ano. Juros mais altos tornam o crédito mais caro, reduzindo o consumo e ajudando a conter a inflação, embora os efeitos levem meses para se refletir na economia.
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, aponta que o mercado projeta um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de 5,66% para 2025, levemente abaixo da previsão anterior de 5,68%, mas ainda acima da meta do Banco Central, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Além disso, investidores monitoram o IBC-Br, um indicador que antecipa o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Em janeiro, o índice cresceu 0,9%, superando a expectativa de 0,2% e registrando o melhor resultado desde junho de 2024. No comparativo anual, houve crescimento de 3,6% e, no acumulado de 12 meses até janeiro de 2025, avanço de 3,8%.
Nos Estados Unidos, as atenções estão voltadas para o Fed. O banco central norte-americano deve manter suas taxas entre 4,25% e 4,50% ao ano, em meio à tentativa de controlar a inflação, que permanece acima da meta de 2% e atualmente está em 3% ao ano. O mercado também avalia os impactos da política tarifária de Donald Trump, que pode pressionar os preços e afetar o consumo, aumentando o risco de desaceleração econômica.
Na China, o governo anunciou um "plano de ação especial" para estimular o consumo interno, medida bem recebida pelos mercados. As principais diretrizes incluem:
Com um cenário global dinâmico, os investidores seguem atentos às movimentações das políticas fiscais e monetárias ao redor do mundo, buscando indícios sobre os rumos da economia nos próximos meses.
Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte: Portal do Agronegócio
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