Mercado Financeiro

Dólar inicia o dia em queda, enquanto mercado aguarda desdobramentos políticos e dados econômicos

Mercado atento às políticas tarifárias de Trump e novas informações sobre a economia dos EUA e Brasil


Publicado em: 11/03/2025 às 10:10hs

Dólar inicia o dia em queda, enquanto mercado aguarda desdobramentos políticos e dados econômicos

O dólar abriu em baixa nesta terça-feira (11), refletindo as tensões no cenário internacional e os desdobramentos das políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além disso, o mercado aguarda novos dados econômicos tanto no Brasil quanto nos EUA, que poderão influenciar as tendências do mercado.

Às 09h02, a moeda norte-americana recuava 0,19%, sendo negociada a R$ 5,8405. No dia anterior, o dólar registrou alta de 1,06%, fechando o pregão a R$ 5,8515. No acumulado, a moeda americana apresenta uma valorização de 1,06% na semana, queda de 1,09% no mês e perdas de 5,31% no ano.

Ibovespa também sofre pequenas oscilações

O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, iniciou as atividades do dia com expectativa de movimentação, uma vez que o pregão começou às 10h. Na véspera, o índice caiu 0,41%, para 124.519 pontos. No acumulado, o Ibovespa registrou uma perda de 0,41% na semana, avanço de 1,40% no mês e ganho de 3,52% no ano.

Impactos das políticas de Trump e do cenário global

O mercado segue atento às consequências da política tarifária do presidente Trump, que continua a impactar os mercados globais. Em entrevista à Fox News no domingo (9), Trump não descartou uma possível recessão e alertou sobre um aumento de preços durante o “período transitório” da implementação de suas medidas, minimizando as preocupações das empresas sobre a falta de clareza em suas políticas.

O presidente dos EUA tem ameaçado a implementação de tarifas de importação sobre diversos parceiros comerciais, mas frequentemente recua de suas decisões. Recentemente, Trump isentou a tarifa de 25% sobre as importações do Canadá e do México por um mês, após os dois países anunciarem possíveis retaliações. Anteriormente, o republicano já havia adiado essas tarifas, após um acordo com os dois países sobre o reforço da segurança nas fronteiras.

Esse vai e vem das tarifas tem aumentado a incerteza no comércio internacional, gerando dúvidas sobre a implementação de novas tarifas e preocupações sobre o impacto de uma guerra comercial na inflação e no crescimento econômico dos EUA e de outras nações.

Em um evento recente, Maros Sefcovic, chefe de Comércio da União Europeia, afirmou que viajou a Washington no mês passado para iniciar um diálogo e evitar "sofrimento desnecessário com medidas e contramedidas". No entanto, ele destacou que, apesar de algumas áreas de interesse mútuo, o governo Trump não demonstrou interesse em negociar com a União Europeia para evitar um conflito comercial.

Expectativas de inflação nos EUA e dados da China

No radar dos mercados internacionais, o indicador de expectativas de inflação do Federal Reserve (Fed) de Nova York mostra que os americanos estão mais preocupados com a economia. Segundo a pesquisa de expectativas de consumidores, a inflação esperada para o próximo ano é de 3,1%, ligeiramente acima da projeção de 3% de janeiro. Para os próximos três a cinco anos, a expectativa de inflação permanece estável em 3%. O Fed, contudo, tem uma meta de inflação de 2%.

Enquanto isso, dados de inflação ao consumidor na China, divulgados no final de semana, vieram abaixo das expectativas, sinalizando uma tendência deflacionária persistente no país.

Perspectivas para a economia brasileira

No Brasil, o mercado aguarda a divulgação de uma série de indicadores econômicos, com destaque para os dados sobre a produção industrial e o setor de serviços de janeiro, além dos números de inflação de fevereiro. O cenário político também segue no radar, especialmente após o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciar novas medidas para tentar reduzir o preço dos alimentos. Entre as propostas estão a isenção de tarifas de importação para itens como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva.

Essas medidas geraram um ambiente de incerteza no mercado de câmbio, levantando preocupações sobre o impacto fiscal das mudanças propostas. Segundo um levantamento do economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, a isenção nas importações de alimentos pode resultar em uma queda de R$ 1 bilhão por ano na arrecadação.

Na sexta-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a questão e afirmou que está "muito preocupado" com os preços dos alimentos. O presidente mencionou que o governo está tomando medidas para controlar a situação, após uma reunião no Palácio do Planalto com ministros e empresários.

Dessa forma, o mercado permanece atento aos desdobramentos econômicos e políticos, tanto no Brasil quanto no exterior, aguardando novos dados e decisões que possam afetar o rumo da economia global e local.

Com informações da agência de notícias Reuters

Fonte: Portal do Agronegócio

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