Mercado Financeiro

Dólar e Ibovespa Operam em Alta com Recuos de Trump sobre Powell e Tarifas contra a China

Investidores reagiram positivamente às declarações do presidente dos EUA, que suavizaram a tensão política e comercial global


Publicado em: 23/04/2025 às 10:40hs

Dólar e Ibovespa Operam em Alta com Recuos de Trump sobre Powell e Tarifas contra a China
O Mercado de Câmbio e Ações em Reação aos Movimentos de Trump

Nesta quarta-feira (23), o dólar abriu em queda, refletindo um clima de maior tranquilidade nos mercados financeiros globais, após novas declarações de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos suavizou suas críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e também fez comentários mais otimistas sobre as tarifas comerciais contra a China.

Dólar em Queda

Às 09h30, o dólar operava com baixa de 0,79%, cotado a R$ 5,6823. No dia anterior, a moeda americana havia registrado uma queda de 1,32%, fechando a R$ 5,7278. Com isso, o dólar acumula uma retração de 1,32% na semana, um pequeno avanço de 0,39% no mês e uma queda significativa de 7,31% no ano.

Índice Bovespa

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, iniciou o pregão com alta de 0,63%, alcançando os 130.464 pontos. O índice registrou uma elevação de 0,63% na semana, um modesto avanço de 0,16% no mês, e uma expressiva alta de 8,46% no acumulado do ano.

Fatores que Movimentam os Mercados

Em um dia de recuperação nos mercados, as palavras de Trump foram um dos principais catalisadores. O presidente dos EUA declarou que não tem planos de demitir Jerome Powell, um recuo significativo após semanas de críticas à política monetária do Fed. Trump havia sugerido anteriormente que, se fosse possível, afastaria Powell do cargo. No entanto, a legalidade dessa ação é questionável, pois a demissão só poderia ocorrer após um longo processo administrativo que comprovasse a má atuação de Powell.

Essa mudança de tom de Trump foi recebida positivamente pelos investidores, que temiam uma intervenção indevida do presidente na autonomia do Fed. O impacto de tais declarações sobre a política monetária é relevante, uma vez que o banco central dos EUA é responsável por controlar a inflação e garantir a estabilidade do mercado financeiro.

A Questão das Tarifas sobre a China

Além das declarações sobre Powell, Trump também moderou seu discurso sobre as tarifas comerciais impostas à China. O presidente afirmou estar otimista com a possibilidade de um acordo comercial que pudesse reduzir significativamente as taxas aplicadas sobre os produtos chineses importados para os Estados Unidos. Apesar de afirmar que as tarifas não seriam eliminadas completamente, ele garantiu que, em um eventual acordo, os custos não se manteriam nos níveis atuais.

Em números, as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses já alcançam um patamar de 245%, de acordo com cálculos da Casa Branca. O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também demonstrou otimismo, afirmando que, embora as negociações comerciais com Pequim sejam difíceis, a redução das tensões comerciais é uma possibilidade real.

A Política Monetária e seus Efeitos

As críticas de Trump à política monetária do Fed estão centradas nas altas taxas de juros, que, atualmente, variam entre 4,25% e 4,50% ao ano. Essas taxas visam controlar a inflação, encarecendo o crédito e desacelerando o consumo e os investimentos. No entanto, para Trump, juros altos prejudicam o crescimento econômico, uma vez que a diminuição da atividade econômica tende a impactar o desempenho do país no longo prazo.

Esse ambiente de tensões comerciais e políticas monetárias intensas afetou diretamente a dinâmica econômica dos EUA e, por consequência, os mercados globais. No entanto, a suavização das declarações de Trump trouxe alívio, refletido na queda do dólar e na valorização do Ibovespa.

O mercado financeiro está respondendo com cautela, mas com uma leve recuperação, à mudança de postura de Donald Trump em relação a Jerome Powell e à China. A expectativa é que as negociações comerciais entre os EUA e a China possam aliviar as tensões econômicas, proporcionando um cenário mais favorável para os mercados financeiros globais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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