Mercado Financeiro

Dólar avança diante de indícios de aquecimento da economia dos EUA

Mercado reage a dados econômicos enquanto aguarda divulgação do payroll


Publicado em: 06/02/2025 às 10:12hs

Dólar avança diante de indícios de aquecimento da economia dos EUA

O dólar iniciou o pregão desta quinta-feira (6) em alta, impulsionado pela divulgação de indicadores que apontam para uma economia aquecida nos Estados Unidos. Os investidores seguem atentos às perspectivas da política monetária do Federal Reserve (Fed), especialmente diante da divulgação do relatório de emprego (payroll) nesta sexta-feira (7).

A manutenção do crescimento econômico norte-americano gera incertezas quanto às próximas decisões do Fed sobre a taxa de juros. Um cenário de expansão pode pressionar a inflação, incentivando o banco central dos EUA a prolongar a política de juros elevados para conter o avanço dos preços. Esse contexto ganha ainda mais relevância diante dos riscos inflacionários decorrentes das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Desempenho do dólar e do Ibovespa

Às 9h05, o dólar registrava alta de 0,44%, sendo cotado a R$ 5,8193. No dia anterior, a moeda americana havia subido 0,40%, encerrando a sessão a R$ 5,7940. Com isso, acumula uma queda de 0,74% na semana e no mês, enquanto no ano apresenta um recuo de 6,24%.

O principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, iniciou suas negociações às 10h. Na véspera, o índice encerrou o pregão com avanço de 0,31%, atingindo 125.534 pontos. Com esse resultado, acumula uma queda semanal e mensal de 0,49%, mas um crescimento de 4,35% no acumulado do ano.

Fatores que influenciam os mercados

Os mercados globais repercutem os dados recentes da economia dos EUA. Segundo o Institute for Supply Management (ISM), o setor de serviços do país apresentou desaceleração em janeiro, recuando de 54 para 52,8 pontos. Apesar da queda, o indicador permanece acima da marca de 50 pontos, sinalizando que a economia continua em expansão.

Outro fator relevante é o aquecimento do mercado de trabalho. De acordo com o relatório da consultoria ADP, os EUA criaram 183 mil empregos no setor privado em janeiro, superando os 176 mil registrados em dezembro. Esses dados reforçam a perspectiva de que o Fed manterá uma postura cautelosa na definição da taxa de juros, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Juros elevados nos EUA aumentam a atratividade dos títulos do Tesouro americano, considerados os mais seguros do mundo. Isso tende a fortalecer o dólar perante outras moedas, uma vez que investidores internacionais buscam maior rentabilidade.

Cenário geopolítico e impacto nos mercados

As recentes declarações do presidente Donald Trump também influenciam o humor do mercado. Durante um pronunciamento ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump sugeriu que os EUA "assumiriam o controle" da Faixa de Gaza e indicou que a população palestina poderia ser realocada.

A declaração gerou forte reação internacional, levando a Casa Branca a esclarecer sua posição. A porta-voz do governo, Karoline Leavitt, afirmou que os EUA não enviarão tropas para a região e que qualquer realocação seria temporária. Ela destacou ainda que Washington pretende contribuir para a reconstrução de Gaza, mas sem assumir os custos financeiros.

O temor de um conflito ampliado no Oriente Médio reacendeu preocupações sobre os impactos econômicos globais, dada a importância estratégica da região para a produção e distribuição de petróleo.

Paralelamente, cresce a apreensão em relação a uma possível escalada na guerra comercial entre EUA e China. Pequim respondeu à imposição de tarifas por parte do governo Trump, aumentando as tensões entre as duas maiores economias do mundo e adicionando mais volatilidade aos mercados globais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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