Publicado em: 17/03/2025 às 10:45hs
O contexto econômico global segue desafiador, influenciado por tensões geopolíticas e incertezas tarifárias, especialmente em relação às diretrizes econômicas dos Estados Unidos. No Brasil, as atenções estão voltadas para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed), que ocorrerão nesta semana e devem definir os próximos passos da política monetária.
Inflação e Política MonetáriaO Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31% em fevereiro, conforme projeção do mercado. No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,1%, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo Banco Central. Os principais fatores para essa elevação foram o fim do Bônus de Itaipu, que havia reduzido as tarifas de energia elétrica em janeiro, e o reajuste das mensalidades escolares.
Com a inflação de serviços ainda elevada e a desvalorização persistente do real, o Banco Central indica uma política monetária mais restritiva. A expectativa do mercado é de que a taxa Selic seja elevada em um ponto percentual, alcançando 14,25% ao ano, como forma de conter a inflação e alinhar as expectativas econômicas.
Câmbio e Mercado FinanceiroNa última semana, o real apresentou valorização de 0,8%, encerrando o período cotado a R$ 5,74 por dólar, figurando entre as moedas emergentes com melhor desempenho. No entanto, o câmbio segue vulnerável ao cenário global, especialmente às políticas fiscais dos Estados Unidos e à trajetória dos juros americanos. As projeções indicam que o dólar pode atingir R$ 6,09 até o fim de 2025.
Os mercados de commodities mantêm um comportamento volátil. O petróleo Brent fechou a semana cotado a US$ 70,57 por barril, enquanto os preços das commodities agrícolas oscilaram de forma mista. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou alta de 3,1%, refletindo um moderado otimismo entre os investidores.
Desempenho da Atividade Industrial e do Setor de ServiçosA produção industrial apresentou estabilidade em janeiro, contrariando a expectativa de um crescimento de 0,4%. Esse desempenho negativo foi impulsionado pela retração no setor extrativo, em especial nos segmentos de petróleo e minério de ferro.
O setor de serviços também recuou 0,2% no primeiro mês do ano, refletindo um consumo mais cauteloso das famílias. No varejo, o cenário foi misto: enquanto o varejo restrito apresentou queda de 0,1%, o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu 2,3%, surpreendendo positivamente o mercado.
Perspectivas para a Economia BrasileiraAs projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 indicam um crescimento modesto de 1,7%, refletindo os impactos de uma política monetária mais restritiva e das incertezas fiscais. Em janeiro, o governo central registrou um superávit de R$ 104,1 bilhões, impulsionado pelo aumento da arrecadação. No entanto, a dívida pública continua em ascensão, atingindo 75,3% do PIB.
O mercado agora aguarda as decisões do Copom e do Fed, que terão papel determinante na definição da política econômica nos próximos meses. A manutenção do equilíbrio fiscal e o controle da inflação seguem como desafios centrais para a economia brasileira diante de um ambiente global ainda incerto.
Fonte: Portal do Agronegócio
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