Internacional

Exportações de grãos e oleaginosas dos EUA crescem em 2024, apesar da menor demanda chinesa

Diversificação de mercados impulsiona volume exportado, mas receita total apresenta leve recuo


Publicado em: 06/02/2025 às 13:10hs

Exportações de grãos e oleaginosas dos EUA crescem em 2024, apesar da menor demanda chinesa

As exportações de grãos e oleaginosas dos Estados Unidos registraram crescimento expressivo em 2024, impulsionadas pela demanda de diversos importadores globais, que aproveitaram a oferta abundante e os preços mais acessíveis de commodities como soja e milho. No entanto, a China manteve um volume de compras reduzido, destoando da tendência geral.

Os principais destinos das exportações a granel dos EUA alcançaram marcos históricos em 2024, com uma queda superior a 20% nos preços médios de exportação em relação a 2023. Apesar dos valores mais baixos, o volume embarcado apresentou uma expansão de 22%, o maior crescimento anual da última década. De acordo com dados do US Census Bureau divulgados na última quarta-feira, essa expansão resultou em uma receita total 5% inferior à do ano anterior.

Os embarques para o México e a Colômbia atingiram recordes, crescendo 29% e 20%, respectivamente, em relação às máximas anteriores. As exportações para o Japão e a Coreia do Sul também se destacaram, com avanços de 43% e 107%, alcançando os maiores volumes em seis e três anos, respectivamente. Juntos, esses quatro países responderam por 44% do total exportado pelos EUA.

Por outro lado, a China, que se manteve como o principal destino das exportações a granel dos EUA em 2024, apresentou uma queda de 5% no volume importado, atingindo o menor nível dos últimos cinco anos. Excluindo o período de guerra comercial, essa é a menor demanda do país em 11 anos. Esse cenário se agrava diante da recente escalada tarifária, gerando preocupações no setor. No entanto, o fortalecimento de outros mercados compradores demonstra um sinal positivo, especialmente diante das incertezas sobre o posicionamento de parceiros asiáticos em relação à produção agrícola norte-americana.

Panorama do mercado

Em termos financeiros, as exportações de produtos agrícolas e derivados dos EUA somaram US$ 191 bilhões em 2024, praticamente estagnadas em relação a 2023. Esse montante representa o terceiro maior valor nominal da história, abaixo do recorde de US$ 213 bilhões alcançado em 2022.

O Canadá liderou como principal destino dos produtos agrícolas norte-americanos no ano, acompanhado pela China e pelo México, que, juntos, absorveram US$ 91 bilhões, correspondendo a 48% das exportações totais. Esse percentual se manteve estável nos últimos três anos.

Embora as commodities a granel tenham apresentado queda nos preços, outros produtos agrícolas registraram valorização e contribuíram para o crescimento da receita. Os preços de carne bovina, suína, nozes e laticínios aumentaram em 2024, resultando em um faturamento conjunto de US$ 37 bilhões, representando 19% do total exportado. Essas categorias figuraram entre as sete principais exportações agrícolas dos EUA, ao lado de milho, soja e produtos florestais.

Além do México e da Colômbia, as exportações agrícolas dos EUA atingiram patamares históricos ou pelo menos equivalentes aos da última década para mercados como Reino Unido, Índia, República Dominicana e Guatemala. Embora de menor expressividade em relação à China, a consolidação e expansão dessas parcerias comerciais representam uma estratégia relevante para mitigar os impactos das incertezas no mercado internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias