Publicado em: 10/10/2024 às 19:00hs
As exportações da China provavelmente registraram uma desaceleração ainda mais acentuada em setembro, em resposta ao enfraquecimento da demanda global por seus produtos. Especialistas apontam que o crescimento das remessas chinesas pode ter sido o mais lento dos últimos cinco meses, sugerindo que os fabricantes do país não estão mais antecipando pedidos em função de tarifas impostas por parceiros comerciais, como vinham fazendo até então.
De acordo com uma pesquisa conduzida pela Reuters com 20 economistas, os dados comerciais divulgados na próxima segunda-feira devem revelar um aumento de apenas 6,0% nas exportações em termos anuais, uma desaceleração em relação ao crescimento de 8,7% registrado em agosto.
Já as importações devem apresentar um crescimento mais modesto, com uma alta estimada de 0,9% em setembro, acima do aumento de 0,5% observado no mês anterior. Este leve avanço nas importações pode ser um sinal positivo para as autoridades chinesas, que enfrentam o desafio de estimular a demanda interna.
Embora as exportações tenham registrado o maior crescimento em quase um ano e meio no mês de agosto, economistas destacam que a China, segunda maior economia do mundo, não deve depender exclusivamente da demanda externa para sustentar seu crescimento.
Na terça-feira, autoridades chinesas demonstraram confiança em alcançar a meta de crescimento anual de aproximadamente 5%, mas frustraram investidores ao não anunciarem medidas fiscais mais robustas, como muitos esperavam. No entanto, o Ministério das Finanças deve detalhar no sábado novos planos para impulsionar a economia em uma coletiva de imprensa aguardada com grande expectativa.
Em setembro, a atividade industrial chinesa contraiu pelo quinto mês consecutivo, com o volume de novos pedidos de exportação atingindo o nível mais baixo dos últimos sete meses. Analistas explicam que o forte desempenho das exportações nos meses anteriores deveu-se a cortes nos preços por parte dos fabricantes, numa tentativa de atrair compradores.
No cenário internacional, a pressão sobre os produtos chineses continua a aumentar. Na semana passada, a Comissão Europeia aprovou uma moção que impõe tarifas adicionais de até 45% sobre veículos elétricos fabricados na China, em uma votação dividida entre os Estados-membros da União Europeia. A decisão coloca a UE em linha com os Estados Unidos e o Canadá, que já haviam adotado medidas comerciais mais rígidas contra a China.
Ainda no contexto asiático, as exportações da Coreia do Sul para a China, uma referência importante para o nível de importações chinesas, apresentaram moderação em setembro, em comparação com agosto, influenciadas pela forte demanda por semicondutores.
A balança comercial da China em setembro deve apresentar um superávit de US$ 89,80 bilhões, de acordo com as previsões, ligeiramente abaixo dos US$ 91,02 bilhões registrados em agosto.
Fonte: Portal do Agronegócio
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