O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acredita que, com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, os Estados Unidos deverão aumentar as pressões para a redução das tarifas de importação do etanol brasileiro, com o objetivo de promover a entrada de etanol americano no país. A medida, que já foi adotada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), beneficiou especialmente a importação de etanol de milho dos Estados Unidos.

Em 2023, no entanto, o governo brasileiro, por meio da Câmara de Comércio Exterior (Camex), restabeleceu a alíquota de 18% sobre o biocombustível. Apesar de os pedidos por uma redução nas tarifas nunca terem sido totalmente abandonados durante a administração de Joe Biden, eles eram, principalmente, impulsionados pelo Departamento de Agricultura dos EUA, com uma menor força política.

Com o retorno de Trump ao poder, autoridades brasileiras acreditam que a pressão será intensificada, especialmente devido à base eleitoral do ex-presidente no “Corn Belt”, região dos Estados Unidos responsável pela produção de etanol a partir do milho. Esse movimento poderá ser parte de um esforço mais amplo para atender aos interesses da indústria de biocombustíveis americana.

Além disso, o Brasil também está estudando aumentar de 27% para 30% a mistura de etanol anidro na gasolina, uma decisão que poderia ser tomada ainda no primeiro trimestre de 2025. Esse aumento, permitido pela Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2024, já está sendo testado pelas montadoras, que avaliam a adaptação dos motores para a nova composição de combustível. Caso não sejam detectados impactos significativos, a mudança poderia resultar em uma demanda adicional de 1,2 a 1,4 bilhão de litros de etanol por ano.