Internacional

Clima Econômico da América Latina: Brasil e México Contribuem para Queda Geral

Recuo nos Indicadores de Expectativa e Situação Atual Afeta a Visão Econômica Regional


Publicado em: 23/07/2024 às 19:40hs

Clima Econômico da América Latina: Brasil e México Contribuem para Queda Geral

O Indicador de Clima Econômico da América Latina recuou 14 pontos no segundo trimestre de 2024, retornando à zona desfavorável, com 91,7 pontos. Após um período de alta entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2024, o indicador mostra uma desaceleração significativa. Durante esse período, ambos os componentes do indicador, o Indicador da Situação Atual e o Indicador de Expectativas, apresentaram quedas expressivas.

O Indicador da Situação Atual caiu 8,8 pontos, atingindo 89,2 pontos, enquanto o Indicador de Expectativas recuou 19,4 pontos, alcançando 94,3 pontos. Historicamente, o Indicador de Expectativas tem superado o Indicador da Situação Atual, como mostrado no Gráfico 1. Entre o terceiro trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2021, essa diferença chegou a ultrapassar os 100 pontos, refletindo uma expectativa otimista em contraste com a realidade percebida durante o auge da pandemia de COVID-19. Embora tenha havido um breve período entre o segundo trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023 em que o Indicador da Situação Atual superou o Indicador de Expectativas, a diferença foi inferior a 10 pontos. Atualmente, no segundo trimestre de 2024, essa diferença é de apenas 5,1 pontos, indicando uma maior aproximação entre as expectativas e a percepção da situação econômica na região.

O Indicador de Clima Econômico apresentou melhorias em cinco países – Paraguai, Peru, Equador, Argentina e Bolívia. Destes, somente o Paraguai está na zona favorável. Por outro lado, cinco países registraram queda no indicador – Uruguai, Brasil, México, Chile e Colômbia. Apenas o Uruguai e o Brasil permanecem na zona favorável. No primeiro trimestre, com exceção de México e Chile, todos os países haviam apresentado melhora no Indicador de Clima Econômico em relação ao quarto trimestre de 2023.

No Indicador da Situação Atual, houve avanço em oito países – Paraguai, Brasil, Peru, Equador, Chile, Argentina, Colômbia e Bolívia. Paraguai e Brasil estão na zona favorável, enquanto Uruguai e México mostraram queda. Uruguai está na zona neutra e México na zona favorável. Na sondagem anterior, cinco países haviam registrado queda no indicador.

Em relação ao Indicador de Expectativas, sete países enfrentaram recuo – México, Brasil, Peru, Chile, Uruguai, Colômbia e Bolívia. Brasil e Chile estão na zona neutra, enquanto Peru e Uruguai estão na zona favorável. Paraguai, Equador e Argentina melhoraram seu Indicador de Expectativas, com Paraguai e Argentina na zona favorável e Equador na zona neutra. Na sondagem anterior, sete países haviam registrado melhora no indicador.

Enquanto o primeiro trimestre mostrou predominância de melhorias nos Indicadores de Expectativas, o segundo trimestre destacou ganhos na avaliação da Situação Atual, confirmando o Indicador de Expectativas como um precursor da situação econômica atual. A deterioração do Indicador de Expectativas em sete países sugere a possibilidade de uma queda no Indicador da Situação Atual em alguns desses países.

Entre as maiores economias analisadas, o Brasil viu uma queda de 10,1 pontos no Indicador de Clima Econômico, associada a um recuo de 30 pontos no Indicador de Expectativas, que caiu para a zona neutra (100 pontos). O Indicador da Situação Atual, por outro lado, melhorou 9,1 pontos, posicionando o país na zona favorável. Vale ressaltar que as pesquisas foram realizadas antes das recentes inundações no Rio Grande do Sul.

No México, o Indicador de Clima Econômico caiu 31,4 pontos, com o Indicador da Situação Atual recuando 19,5 pontos e o Indicador de Expectativas apresentando uma queda de 41,7 pontos. Exceto o Indicador da Situação Atual, todos os indicadores estão na zona desfavorável. As respostas foram coletadas no período que antecedeu as eleições presidenciais de 2 de junho, marcadas por um ambiente turbulento, incluindo o assassinato de vários candidatos a prefeituras e outros cargos.

Na Argentina, apesar das controvérsias em torno das medidas do presidente eleito Javier Milei no final de 2023, o Indicador de Clima Econômico avançou 25,2 pontos, alcançando 66,9 pontos no segundo trimestre. O Indicador da Situação Atual melhorou 2,9 pontos, atingindo 15,4 pontos, e o Indicador de Expectativas subiu 55,8 pontos, garantindo uma posição na zona favorável.

Fonte: Portal do Agronegócio

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