Publicado em: 22/11/2024 às 10:35hs
A China está aberta a um diálogo ativo com os Estados Unidos, fundamentado em princípios de respeito mútuo, a fim de promover o fortalecimento das relações econômicas e comerciais entre os dois países. A declaração foi feita nesta sexta-feira (21) pelo vice-ministro do Comércio chinês e representante de Comércio Internacional, Wang Shouwen.
Em uma coletiva de imprensa realizada em Pequim, Wang enfatizou que a China está preparada para lidar com os impactos de possíveis choques externos, como as tarifas comerciais ameaçadas pelo então presidente eleito dos EUA, Donald Trump. "Acreditamos que a China e os EUA podem manter uma tendência de desenvolvimento estável, saudável e sustentável nas relações econômicas e comerciais", afirmou.
Trump havia prometido impor tarifas superiores a 60% sobre produtos chineses, o que trouxe apreensão para fabricantes e exportadores do país asiático, acelerando a realocação de fábricas para o Sudeste Asiático e outras regiões. Economistas consultados pela Reuters preveem que tarifas de até 40% possam ser aplicadas no início do próximo ano, potencialmente reduzindo o crescimento da economia chinesa em até um ponto percentual.
Para mitigar os impactos dessas ameaças, autoridades chinesas anunciaram na quinta-feira (20) uma série de medidas para impulsionar o comércio exterior. Entre elas, destacam-se o fortalecimento do apoio financeiro às empresas e a ampliação das exportações de produtos agrícolas.
As turbulências comerciais também afetam a moeda chinesa, o iuan. Nos primeiros 18 meses do mandato inicial de Trump, o iuan valorizou-se em 10%, mas perdeu cerca de 12% de valor com a imposição de tarifas e os efeitos da pandemia.
Liu Ye, autoridade do banco central da China, declarou na coletiva que o iuan deverá permanecer "basicamente estável em um nível razoável e equilibrado". Segundo Liu, o banco central reforçará a orientação das expectativas do mercado para evitar especulações unilaterais e protegerá o câmbio contra oscilações excessivas.
Por fim, Wang reiterou que a China deseja ampliar áreas de cooperação com os EUA e buscar a gestão eficaz de divergências, em uma tentativa de sustentar a estabilidade e o crescimento mútuo nas relações comerciais.
Fonte: Portal do Agronegócio
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