O Ministério do Comércio da China revelou nesta quinta-feira (21) um conjunto de medidas para impulsionar o comércio exterior do país, em resposta às crescentes preocupações com a possível imposição de tarifas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Entre as iniciativas, estão o fortalecimento do apoio financeiro às empresas exportadoras e a ampliação das exportações de produtos agrícolas.

A ameaça de tarifas de até 60% sobre produtos chineses, proposta por Trump, tem provocado apreensão entre os fabricantes da segunda maior economia do mundo, levando algumas indústrias a se realocarem para o Sudeste Asiático e outras regiões. Diante desse cenário, os exportadores chineses buscam se preparar para possíveis perturbações no comércio global.

Apesar das dificuldades internas, como a fraca demanda doméstica e a desaceleração do setor imobiliário, o comércio tem sido um dos poucos motores de crescimento da economia chinesa nos últimos meses. Para reforçar esse desempenho, o governo chinês incentivará instituições financeiras a oferecerem produtos que auxiliem empresas na gestão de riscos cambiais e promoverá a estabilidade do iuan por meio de uma coordenação mais robusta de políticas macroeconômicas, segundo comunicado oficial.

Além disso, a China pretende expandir as exportações de produtos agrícolas e fomentar as importações de equipamentos essenciais e recursos energéticos. O comunicado do ministério também destacou o compromisso em apoiar as empresas na adaptação às "restrições comerciais irracionais" de outros países, criando um ambiente favorável para as exportações chinesas.

Uma pesquisa realizada pela Reuters com economistas indica que os Estados Unidos poderiam impor tarifas de quase 40% sobre as importações chinesas no início do próximo ano, o que poderia reduzir o crescimento econômico da China em até 1 ponto percentual.

As medidas anunciadas foram previamente aprovadas pelo Conselho de Estado em 8 de novembro, durante reunião presidida pelo primeiro-ministro Li Qiang, conforme divulgado pela mídia estatal.