Os índices acionários chineses enfrentaram nesta sexta-feira (22) o pior desempenho diário desde 9 de outubro. As perdas foram impulsionadas por balanços abaixo das expectativas de gigantes do setor de tecnologia e por receios quanto às políticas econômicas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

O índice Shanghai Composite (SSEC) encerrou o dia em queda de 3,06%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores empresas listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 3,10%. Setores como financeiro, bens de consumo básico, imobiliário e saúde lideraram as perdas, com retrações de 3,38%, 2,96%, 2,95% e 3,8%, respectivamente. Empresas de biotecnologia e corretoras registraram os maiores recuos, com quedas superiores a 4%.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng também foi afetado, encerrando com baixa de 1,89%.

Segundo Steven Leung, diretor executivo de vendas institucionais da UOB Kay Hian, o movimento de venda não foi causado por uma única notícia, mas reflete preocupações crescentes com possíveis ações protecionistas do governo norte-americano contra a China. Uma pesquisa da Reuters revelou que a gestão Trump pode impor tarifas de até 40% sobre produtos chineses já no início de 2024.

Além disso, os resultados trimestrais abaixo do esperado divulgados pela PDD Holdings, gigante do comércio eletrônico, e pela Baidu, plataforma de buscas online, reforçaram o sentimento de alerta. Esses dados apontam para os desafios contínuos enfrentados pela economia chinesa, apesar de recentes medidas de estímulo.

Enquanto as bolsas chinesas recuavam, outros mercados asiáticos tiveram um desempenho misto:

• Tóquio: Nikkei subiu 0,68%, fechando em 38.283 pontos;
• Hong Kong: Hang Seng caiu 1,89%, encerrando em 19.229 pontos;
• Xangai: SSEC perdeu 3,06%, finalizando em 3.267 pontos;
• Seul: Kospi avançou 0,83%, fechando em 2.501 pontos;
• Taiwan: Taiex registrou alta de 1,55%, terminando em 22.904 pontos;
• Cingapura: Straits Times teve leve valorização de 0,18%, fechando em 3.746 pontos;
• Sydney: S&P/ASX 200 subiu 0,85%, atingindo 8.393 pontos.

O mercado asiático segue atento aos desdobramentos da política externa dos Estados Unidos e à recuperação econômica da China, fatores cruciais para definir o rumo dos próximos pregões.