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Soja impulsiona alta do IGP-DI em março, aponta FGV

A forte valorização do preço da soja, causada por problemas climáticos ocorridos no Sul do Brasil, foi o catalisador do Índice Geral de Preços ? Disponibilidade Interna (IGP-DI) na passagem de fevereiro para março, quando o indicador acelerou de 0,07% para 0,56%, na avaliação do coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), Salomão Quadros


Publicado em: 11/04/2012 às 10:00hs

Soja impulsiona alta do IGP-DI em março, aponta FGV

Entre fevereiro e março, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) saiu de uma deflação de 0,03% para alta de 0,55%. Dentro desse indicador, que corresponde a 60% do IGP-DI, no mesmo período, a soja saiu de um recuo de preços de 0,09% em fevereiro para inflação de 10,90%.

Quebra de safra - “Houve quebra de safra da soja nesse início de ano. A cotação subiu em janeiro, caiu um pouquinho em fevereiro e voltou a subir com força em março. Esses movimentos indicam que o impacto da quebra da safra foi maior que o mercado havia previsto. Por isso, o mercado ainda precifica a soja”, afirma Quadros.

Primeiro trimestre
- No primeiro trimestre deste ano, a soja acumulou alta de 14,95%. Em 12 meses encerrados em fevereiro, a commodity subiu 10,39%. “O mês de março responde por quase todo o acumulado em 12 meses da soja”, aponta o economista.

Bens finais - Ainda no IPA, os bens finais, grupo que exclui alimentos in natura e combustíveis, avançaram 0,13% em março, ante queda de 0,27% em fevereiro. Os bens intermediários subiram 0,48% no mês passado, após avanço de 0,43% em fevereiro. Já as matérias-primas brutas tiveram alta de 0,64% em março, depois de uma queda de 0,64% em fevereiro.

IPC - Com 30% de peso no IGP-DI, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,60% em março depois de uma alta de 0,24% em fevereiro. A aceleração foi consequência dos preços dos alimentos, que, no mesmo período, passaram de baixa de 0,02% para avanço de 0,63%. Entre as principais acelerações dos alimentos, destaque para carnes bovinas (-3,27% para -1,05%), hortaliças e legumes (-4,32% para 0,26%) e frutas (3,44% para 5,62%). O IPC também sofreu influências de habitação (0,53% para 1,03%) e vestuário (0,02% para 0,61%).

 Habitação  - No grupo habitação, o maior impacto veio do aumento de gastos com empregados domésticos, que subiram 3,53% em março, depois de crescer em 1,81% em fevereiro. O grupo também foi influenciado pelo avanço da taxa de água e esgoto, que teve alta de 2,44% em março, após registrar estabilidade no mês anterior. O serviço de água e esgoto foi impulsionado pelo reajuste do serviço em Brasília e Porto Alegre. “O IPC, basicamente, refletiu o aumento dos alimentos e o avanço dos preços dos empregados domésticos, ainda decorrente do aumento do salário mínimo. A contribuição de água e esgoto também teve relevância”, diz Quadros.

 INCC  - Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em março, alta de 0,51%, acima do resultado de fevereiro, de 0,30%. “O INCC refletiu o reajuste salarial ocorrido em Porto Alegre e Salvador. O índice deve continuar em alta, porque se espera aumento salarial agora no Rio de Janeiro”, projeta Quadros.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR

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