Publicado em: 12/01/2012 às 16:00hs
A variação relativa não é a maior da série histórica estadual (1989-2011), mas em cifras o volume de US$ 11,09 bilhões é inédito e consolida o recorde que havia sido traçado desde outubro, quando em apenas dez meses a receita havia superado todos os doze meses anteriores.
Conforme dados divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) as exportações estaduais superaram o faturamento de 2010, que foi de US$ 8,45 bilhões. Em um intervalo de dez anos, as exportações aumentaram mil por cento, passando de US$ 1,35 bilhão para atuais US$ 11,09 bilhões. A série histórica estadual, iniciada em 1989, mostra que naquele ano as vendas internacionais somaram pouco mais de US$ 185 milhões.
Os recordes de 2011 se estendem ao saldo da balança comercial – exportações menos importações –, que aumentou 27,5%, de US$ 7,46 bilhões para US$ 9,52 bilhões e as importações que também apresentam cifras recordes. As compras mato-grossenses passaram de US$ 988,98 milhões para US$ 1,57 bilhão. Apesar dos ineditismos, alguns pontos positivos de outros anos se repetem: novamente o complexo soja sustentou a performance estadual ao responder por mais de 61,92% do faturamento e a China foi o maior parceiro comercial do Estado. A demanda chinesa gerou 31% do saldo total de vendas. Entre as novidades estão os cortes de aves, que, pela primeira vez na história local, superaram em volume físico os embarques de carne bovina. Dividindo a pauta estadual entre itens agropecuários e outros, há a hegemonia dos produtos rurais que responderam por 98,37% da receita.
PASSO-A-PASSO - Em cada mês, praticamente o saldo de vendas em 2011 superava não apenas o período corresponde ao ano anterior como cravava um novo recorde. Em sete meses de 2011 (março, abril, maio, agosto, setembro, outubro e novembro) o faturamento foi acima de um US$ 1 bilhão em cada mês. Os sete juntos somaram receita suficiente para superar todo o realizado em 2007, por exemplo, que durante o ano fechou as exportações com negócios de US$ 5,13 bilhões.
Em dezembro, por exemplo, as vendas atingiram receita jamais vista para o mês e também são recordes. No último mês do ano as exportações somaram US$ 835,88 milhões, 32% acima dos US$ 633,49 milhões contabilizados em igual mês do ano passado.
Como observaram à época alguns analistas contatados pelo Diário, alguns meses como setembro, outubro e novembro – e também dezembro – quebraram a tradição de reduzir a movimentação dos negócios. No segundo semestre as vendas fortes eram observadas até agosto com o fim dos embarques de algodão, principalmente. “Mas a demanda esteve tão aquecida, que as vendas seguiram fortes, gerando divisas recordes para estes meses”, destacou na ocasião o sócio-proprietário da PR Consultoria, o economista Carlos Vitor Timo Ribeiro.
PRODUTOS – O complexo soja encerrou 2011 (grão, farelo e óleo) com receita de US$ 6,87 bilhões, 34,2% acima do faturamento de 2010, US$ 5,12 bilhões. Neste acumulado de janeiro a dezembro o volume exportado ampliou apenas 5,7%. Na vice-liderança da pauta está o milho. Com participação de 15,18% sobre a pauta, o grão teve o melhor desempenho entre os produtos mais exportados: aumentou em 25% o preço em dólar e faturou acima do visto em 2010 mesmo com queda de 10,9% sobre o volume embarcado. Fecha o ano em US$ 1,68 bilhão em negócios ante US$ 1,34 bilhão.
Em terceiro lugar está o complexo carnes (bovinos, aves e suínos). No total houve expansão de 21,8% sobre preços e de 4,6% sobre o volume embarcado. As vendas somaram US$ 1,34 bilhão ante US$ 1,10 bilhão. O destaque são os cortes de aves que ampliaram mercado e superaram os de bovinos, até então líderes. Foram 178,42 mil toneladas de carne bovina para 213,26 mil toneladas de aves. O preço pago pelo quilo de aves acumula alta de 47,2% em dólar e de 24,9% em volume. A carne bovina fechou com alta de 18,6% no preço e queda de 6,5% em volume. O destaque negativo da pauta são os suínos, que em função do embargo russo que vigora desde junho de 2011 reduziu em quase 50% os preços e o volume exportado.
Fonte: Diário de Cuiabá
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