O faturamento, revisto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), passou de R$ 29,92 bilhões, para atuais, R$ 29,31 bilhões. O ajuste para menos se dá em razão da perda de quase 45% no valor do algodão, cultura que no ano passado foi a mais valorizada da safra.

Ao contrário do observado em 2011, quando o Estado chegou a liderar pela primeira vez o VBP, em 2012, São Paulo reassume a ponta e consolida posição com VBP de R$ 33,15 bilhões.

Conforme dados divulgados ontem pelo Mapa, a receita agrícola nacional somará R$ 213,5 bilhões, 2,85% menor do que no ano de 2011. Os dados são calculados a partir dos levantamentos de safra realizados no mês de junho que são multiplicados pelo valor médio de cada cultura, informou o coordenador da Assessoria de Planejamento Estratégico (AGE) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques. Ele atribui à oscilação para baixo dos preços agrícolas como principal fator para o resultado. Dos 18 produtos pesquisados, apenas cinco apresentaram aumento do VBP na média nacional.

Em Mato Grosso, das cinco culturas plantadas em grande escala, duas apresentam perdas de valor, algodão e arroz, e três ampliaram a receita, cana-de-açúcar, milho e soja. Na série histórica do Mapa, de 2005 para cá, o arroz apresenta o menor faturamento já registrado. Cana, milho e soja, na contramão, têm em 2012 preços positivamente históricos.

No algodão, cuja queda de valor é 45%, os preços da lavoura passaram de R$ 9,53 bilhões para R$ 5,29 bilhões. A estimativa é puramente de mercado já que a safra 2012, em plena colheita, tem projeção de superar em 6,6% a produção de pluma do ciclo anterior, de 937,36 mil toneladas para 999,44 mil, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O menor VBP ao arroz é reflexo do encolhimento recorrente da produção no Estado. Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), neste ano o Estado plantou a menor superfície da história, 161 mil hectares, volume que representa pouco mais de 10% da cobertura registrada em 1976/77, que ultrapassou mais de 1,5 milhões de hectares. A produção, estimada em 514 mil toneladas, será a menor dos anos 90 até agora.

A cana-de-açúcar revela incremento de 18,41% no valor da produção. Conforme o Mapa, a receita passa de R$ 858 milhões para R$ 1,016 bilhão, o segundo maior ganho de preços do Estado.

O maior ganho anual está no milho. A cultura que dobrou a produção, de 6,99 milhões de toneladas para 14 milhões, ampliou em pouco mais de 61% a receita, que deverá passar de R$ 3,52 bilhões para R$ 5,69 bilhões.

A soja, carro-chefe do agronegócio estadual, também foi beneficiada pelo mercado e a projeção do Mapa é de que a receita passe de R$ 15,06 bilhões para R$ 16,27 bilhões, incremento anual de valor de 8%, quase quatro vezes mais que o avanço da produção na comparação entre os dados da safra anterior.

REGIONAIS - As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as que apresentam aumentos do valor da produção neste ano. Vale mencionar que o Nordeste atravessa período de secas acentuadas e nem todos os seus efeitos estão ainda incorporados nesses resultados. Enquanto no Sudeste, São Paulo sofre o impacto da crise da laranja e, no Sul, as perdas de produção são devido à seca que resultou em menor valor do faturamento em 2012.

O Centro-Oeste, por ser uma região que neste ano não apresenta problemas de mudanças climáticas acentuadas, se beneficia pelos resultados favoráveis de grãos.