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Rabobank: Projeções e Desafios Econômicos para o Brasil na Última Reunião

Cenário interno e externo apresentam desafios e oportunidades para o Brasil


Publicado em: 11/12/2024 às 10:45hs

Rabobank: Projeções e Desafios Econômicos para o Brasil na Última Reunião

No Brasil Weekly desta semana, os especialistas do Rabobank, Maurício Une e Renan Alves, abordam o panorama macroeconômico, com destaque para a análise intitulada “A última reunião”. O estudo explora os impactos das recentes movimentações globais e locais, que refletem tanto desafios quanto oportunidades para o Brasil.

Mercado Externo: Indicadores positivos e incertezas globais

Externamente, os dados da folha de pagamento (payroll) de novembro nos Estados Unidos indicam um mercado de trabalho aquecido, com a criação de 227 mil postos de trabalho, superando a expectativa de 220 mil e o número de outubro (36 mil). Além disso, após 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia anunciaram um tratado de livre comércio, um avanço significativo nas relações comerciais internacionais.

Cenário Interno: Crescimento econômico robusto, mas com desafios fiscais

No Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024 mostra que a economia permanece aquecida, com uma expansão de 0,9% em relação ao trimestre anterior, superando a expectativa do mercado de 0,7%. No entanto, as preocupações com a aprovação do pacote fiscal ainda persistem. O PIB continua sendo impulsionado principalmente pelo investimento e pelo setor de serviços, mas o cenário fiscal continua incerto.

Câmbio e Perspectivas do Real

Com um menor espaço para cortes de juros nos Estados Unidos, o real brasileiro continua vulnerável às incertezas globais, como a desaceleração das economias dos EUA e China, os riscos geopolíticos e a possível alta de juros no Japão. No cenário local, o real enfrentou uma depreciação de 1,94% em relação ao dólar na semana anterior, sendo a moeda com pior desempenho entre 24 economias emergentes. Em meio a esse ambiente de grande incerteza, o Rabobank projeta uma paridade entre euro e dólar dentro de seis meses e mantém um viés de depreciação para o real, revisando suas expectativas para o câmbio. O dólar deve atingir R$ 5,78 em dezembro de 2024, e R$ 5,62 em dezembro de 2025.

Projeções para o PIB e Produção Industrial

Apesar de uma desaceleração no crescimento, o PIB brasileiro do terceiro trimestre de 2024 demonstra uma economia forte. A expansão de 0,9% t/t reflete o impacto positivo do investimento e dos serviços. Com isso, o Rabobank revisou sua previsão de crescimento do PIB para 2024 de 3,4% para 3,5%, enquanto para 2025, a expectativa de crescimento foi reduzida de 2,0% para 1,8%.

No setor industrial, a produção retraiu 0,2% em outubro, com contribuições negativas das indústrias de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, além de bebidas.

Desempenho Fiscal e Comercial

Em relação ao governo central, o Tesouro Nacional registrou um superávit fiscal de R$ 40,8 bilhões em outubro, após cinco meses consecutivos de déficits. Esse resultado veio próximo das expectativas de mercado e foi um alívio para as finanças públicas. Já no comércio exterior, a balança comercial registrou um superávit de US$ 7,0 bilhões, superando as expectativas. O crescimento das importações em 9,9% ao ano foi impulsionado, entre outros fatores, pela substituição da soja pelo petróleo como o principal produto exportado pelo Brasil.

Expectativas para a Semana

O mercado estará atento à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para quarta-feira, e à divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na terça-feira. Também são aguardados dados importantes sobre a atividade econômica, incluindo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), as vendas no varejo e o volume de serviços. No cenário internacional, destaca-se a decisão sobre a taxa de juros no Peru, bem como a divulgação da balança comercial do Chile.

Fonte: Portal do Agronegócio

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