Publicado em: 06/08/2013 às 17:20hs
E, o problema não deve ser resolvido no curto prazo. Essa é uma das conclusões do painel “As oportunidades e as dificuldades para o aumento da oferta”, no 12º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), ontem.
“O gargalo logístico que afeta o agronegócio não será resolvido em apenas um ano porque não se faz uma obra nesse período. Será necessário, no mínimo, três a quatro anos para que os resultados comecem a aparecer. Isso é claro, se todos os investimentos anunciados resultarem em obras”, afirma Afonso Mamede, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).
Para Carlos Fávaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja/MT), não é por falta de recursos que o Brasil não possui uma infraestrutura e uma logística adequadas para atender as necessidades do agronegócio e, sim, outros fatores que dificultam o andamento das obras, como o licenciamento ambiental, a fiscalização dos territórios indígenas, os questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU), entre outros. “A vocação do Centro-Oeste, por exemplo, é exportar pelo Arco Norte. O desenvolvimento de hidrovias nos diversos rios navegáveis seria uma maneira eficiente e mais barata para escoar a produção”, analisa.
Jorge Karl, diretor-presidente da Cooperativa Agrária Agroindustrial ressalta que o Brasil está perdendo oportunidades com esse atraso na infraestrutura. “Além do modal de transporte ser inadequado, o custo logístico é muito alto, de cinco a seis vezes mais caro se comparado com o custo para um produtor nos Estados Unidos ou na Argentina. Por isso, os investimentos são necessários, urgentes e deveriam ter sido para ontem”, avalia.
Para que ocorram mudanças significativas na questão da infraestrutura e logística, José Ronaldo Vilela Rezende, sócio da PWC – Líder de Agronegócio, acredita que as instâncias governamentais precisariam agir. “O governo precisa ter coragem para quebrar algumas barreiras que impedem o avanço das obras e, com isso, agilizar os processos. Hoje, tudo é moroso”, acrescenta.
De acordo com Afonso Mamede, da Sobratema, o monopólio e poder para modificar a infraestrutura estão nas mãos do governo e quanto mais demora uma obra, mais cara ela ficará. “Com isso, todo mundo perde: a sociedade, o agronegócio, a construtora e o próprio governo”, finaliza.
Fonte: Diário de Cuiabá
◄ Leia outras notícias